A democracia argentina mostrou mais uma vez sua resiliência nas eleições. Se a vitória de Javier Milei nas primárias de agosto causou um terremoto no cenário político, o resultado do primeiro turno da eleição para presidente da República provocou, no domingo 22, níveis semelhantes de surpresa. Depois de ceder ao canto da sereia de um candidato populista de direita cuja proposta implicava o fim de qualquer tipo de indústria nacional e a destruição completa do Estado, os argentinos perceberam que esse não parecia ser um caminho viável e se voltaram à única força política capaz de resistir aos diferentes ventos da política nacional.
Na reviravolta, o peronista Sergio Massa, terceiro lugar nas eleições primárias, saiu vitorioso da disputa, concentrando 36,6% dos votos do primeiro turno e mostrando alta competitividade eleitoral. Alçado à condição de favorito, Milei registrou 29,9% das preferências do eleitorado e deixou de fora do segundo turno uma das principais correntes políticas, representada por Patricia Bullrich, do Juntos por el Cambio.
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