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A provocação de líder chavista ao governo brasileiro após Supremo validar vitória de Maduro
Jorge Rodríguez mencionou diretamente o ex-chanceler Celso Amorim, principal assessor do presidente Lula para assuntos internacionais
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o chavista Jorge Rodríguez, mencionou o principal assessor do presidente Lula (PT) para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim, ao celebrar a decisão do Tribunal Supremo de Justiça que confirmou o triunfo do presidente Nicolás Maduro na eleição de 28 de julho. A oposição, por sua vez, alega fraude no processo e diz que Edmundo González Urrutia venceu.
Em uma sessão extraordinária da assembleia, Rodríguez lembrou que o Tribunal Superior Eleitoral atestou a vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro (PL), em 2022. Também relembrou a “tentativa de golpe de Estado [no Brasil], como aqui na Venezuela, de maneira quase idêntica”.
“São o fascismo e o extremismo buscando uma forma de subverter a paz e a ordem constitucional”, afirmou, em referência aos atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023. “É importante dizer que não é apenas na Venezuela que está a jurisdição superior da sala eleitoral, mas também no Brasil – ouviu, senhor Celso Amorim? -, no México, nos Estados Unidos e no mundo inteiro. Há uma jurisdição superior.”
Em entrevista nesta quinta à CNN en español, Amorim afirmou que a realização de novas eleições na Venezuela não é uma proposta do Brasil, mas indicou que essa medida poderia fazer parte de um “pacote” para tentar resolver a crise.
Após a emissora relembrar que a principal liderança da oposição venezuelana, María Corina Machado, é contrária à ideia de um novo pleito, Amorim disse não compreender a postura. “Se ambos os lados dizem que venceram, por que não realizar outra eleição em que se possam evitar os problemas que, dizem, contaminaram esta eleição? Se ela ganhou, provavelmente ganhará de novo, não?”
Nesta quinta, o ex-chanceler disse a CartaCapital ver um cenário crítico desenhando-se na Venezuela, mas sustentou que o governo brasileiro fará o que estiver à sua disposição para evitar a escalada do conflito.
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