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A ONU não tem uma solução para a Síria

Como esperado, Rússia e China vetam resolução que previa sanções a Assad. Resta agora conter os danos da crescente violência

Enquanto massacres e atentados ocorrem na Síria, os embaixadores de EUA, Rússia e China na ONU - Susan Rice, Vitaly Churkin e Li Baodong - sorriem em discussão no Conselho de Segurança nesta quinta-feira 19. Foto: Don Emmert / AFP
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O Conselho de Segurança das Nações Unidas confirmou, nesta quinta-feira 19, durante reunião em Nova York, que os sírios estão sozinhos para resolver a crise que se abate sobre o país há 16 meses. O conselho colocou em votação uma nova resolução que previa mais sanções ao governo do ditador Bashar al-Assad, mas o texto não foi aprovado. Como já haviam anunciado, Rússia e China vetaram a resolução, sob a alegação de que ela não era clara ao impedir uma intervenção estrangeira na Síria, como ocorreu na Líbia.

Na prática, a decisão significa que a missão da ONU enviada à Síria perde a pouca legitimidade que tinha. O mandato da missão expira nesta sexta-feira 20, mas, desde o dia 16, os cerca de 400 observadores pararam de realizar missões externas devido à crescente violência. O chefe da missão, o major-general sueco Robert Mood, deixou a Síria nesta quinta, lamentando a violência dos dois lados e dizendo que “não há esperança na solução militar”.

A solução militar, entretanto, é aparentemente a única opção viável para os dois lados. Depois do atentado de quarta-feira, que matou três integrantes do círculo íntimo de Assad, é esperada uma escalada de violência tanto por parte do regime, apoiado pelo Irã e pela Rússia, quanto por parte de seus opositores, sustentados pela Turquia, por países árabes como a Arábia Saudita e o Catar e também governos ocidentais, como o dos Estados Unidos. O limite desta escalada não é previsível.

Uma análise publicada pelo jornal britânico The Telegraph apontou que Assad poderia estar tentando realizar uma limpeza étnica em determinadas regiões da Síria para criar um corredor de maioria alawita (sua religião) no oeste do país. Assad poderia, assim, fugir para este local caso perca o controle de Damasco para seus opositores. Sumido desde quarta-feira, Assad inclusive já estaria em Latakia, cidade neste corredor.

É possível também que Assad utilize contra seus opositores o grande arsenal de armas químicas que possui. Na quarta-feira, o jornal americano The New York Times publicou reportagem afirmando que os governos dos Estados Unidos e de Israel estariam planejando destruir este arsenal para evitar que ele fosse usado ou repassado para aliados de Assad, como o Irã e o grupo libanês Hezbollah.

Este pode ser o primeiro passo de uma política de contenção de danos, aparentemente a única possibilidade factível de ação da comunidade internacional para reagir ao que ocorre na Síria.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas confirmou, nesta quinta-feira 19, durante reunião em Nova York, que os sírios estão sozinhos para resolver a crise que se abate sobre o país há 16 meses. O conselho colocou em votação uma nova resolução que previa mais sanções ao governo do ditador Bashar al-Assad, mas o texto não foi aprovado. Como já haviam anunciado, Rússia e China vetaram a resolução, sob a alegação de que ela não era clara ao impedir uma intervenção estrangeira na Síria, como ocorreu na Líbia.

Na prática, a decisão significa que a missão da ONU enviada à Síria perde a pouca legitimidade que tinha. O mandato da missão expira nesta sexta-feira 20, mas, desde o dia 16, os cerca de 400 observadores pararam de realizar missões externas devido à crescente violência. O chefe da missão, o major-general sueco Robert Mood, deixou a Síria nesta quinta, lamentando a violência dos dois lados e dizendo que “não há esperança na solução militar”.

A solução militar, entretanto, é aparentemente a única opção viável para os dois lados. Depois do atentado de quarta-feira, que matou três integrantes do círculo íntimo de Assad, é esperada uma escalada de violência tanto por parte do regime, apoiado pelo Irã e pela Rússia, quanto por parte de seus opositores, sustentados pela Turquia, por países árabes como a Arábia Saudita e o Catar e também governos ocidentais, como o dos Estados Unidos. O limite desta escalada não é previsível.

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