Mundo
A nova mensagem da China contra interferência de Trump na Venezuela
Pequim tornou a rechaçar ataques norte-americanos a embarcações no Mar do Caribe


O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Lin Jian criticou, nesta quarta-feira 15, o novo ataque dos Estados Unidos contra uma suposta embarcação ligada ao tráfico de drogas em frente à costa da Venezuela na terça-feira. Seis pessoas morreram, segundo anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump.
Foi o quinto ataque do Exército dos Estados Unidos contra embarcações próximas à costa venezuelana, no Mar do Caribe, onde Washington mobilizou navios militares e um submarino. Com a nova incursão, o número de mortos subiu para 27.
Em entrevista coletiva, Jian foi questionado sobre a avaliação do governo chinês a respeito de ações militares deflagradas sem a autorização das Nações Unidas.
“A China se opõe à ameaça ou ao uso da força nas relações internacionais e à interferência externa nos assuntos internos da Venezuela, sob qualquer pretexto”, respondeu o porta-voz. Ele disse que Pequim rechaça qualquer medida que mine a paz e a estabilidade na América Latina e no Caribe.
De acordo com Lin Jian, a China endossa o combate a crimes transfronteiriços por meio de cooperação internacional. Reforçou, porém, sua oposição às ações “excessivas” dos Estados Unidos contra outros países e pediu que Washington se engaje na cooperação com estruturas multilaterais.
Nesta quarta-feira, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, determinou exercícios militares nas maiores comunidades do país, em resposta ao envio de navios dos Estados Unidos ao Caribe. “Vamos ativar toda a força militar de defesa integral, popular, militar e policial, ativadas e unidas”, disse o chavista em uma gravação de áudio no Telegram.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Padilha visita modelo de hospital inteligente na China
Por Agência Brasil
Trump ameaça deixar de comprar óleo de cozinha da China
Por AFP
O efeito colateral dos carros chineses
Por Adalberto Viviani