A França ataca a Al-Qaeda no Mali

Com o apoio da Alemanha e do Reino Unido, Hollande inicia guerra contra fundamentalistas

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De Paris

Era inevitável o confronto de um país europeu com milícias sob o comando da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (Aqmi), no Mali. Inesperada era a intervenção unilateral de François Hollande, que pretendia colocar um fim na política pós-colonial de seus predecessores na África.

Hollande agiu, porém, como devia.

 

 

Na sexta-feira 11 o presidente socialista francês enviou tropas para recuperar Konna. A pequena cidade que separa o Norte fundamentalista do Sul ainda sob o controle do exército malinês havia sido tomada no dia anterior pelos extremistas.


Os fundamentalistas planejavam usar Konna como trampolim para capturar a cidade de Mopti, capital da região central e foco estratégico do exército malinês.

Hollande respondeu a um apelo do presidente malinês Dioncounda Traoré, cujo exército mostrou-se incapaz de reagir aos avanços militares das milícias ligadas à Aqmi.

Ademais, o presidente francês não infringiu a legislação internacional. Desde meados de dezembro, o Conselho de Segurança da ONU, através da resolução 2085, havia aprovado a intervenção de tropas multilaterais no país. Mais: a Comunidade Econômica dos Países da África Ocidental (Cedeao) já autorizou o envio de tropas ao Mali.

“Permaneceremos o tempo necessário no Mali”, anunciou Hollande. “Os terroristas têm de ter em mente que estaremos sempre presentes quando os direitos das pessoas estiverem em jogo.” O presidente francês acrescentou que os cidadãos do Mali querem viver em uma democracia.

 

De fato, instalados no norte do país faz quase um ano, os extremistas não parecem estar interessados em direitos humanos. Impuseram a sharia (código das leis do islamismo), segundo a qual mulheres “desobedientes” devem ser chicoteadas e as mãos de ladrões amputadas. Os extremistas vieram se juntar aos Tuaregues, os quais, embora representem uma minoria em relação à população do país, proclamaram a secessão do Norte, uma região mais vasta do que a da França.

A Alemanha, o Reino Unido e Catherine Ashton, a ministra europeia do Exterior, apoiaram a decisão de Hollande.

A guerra da Europa contra a Al-Qaeda no Magrebe já começou.

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