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À espera de definição sobre adesão à OCDE, Brasil envia três ministros a reunião em Paris

Os ministros Carlos França, das Relações Exteriores, Ciro Nogueira, da Casa Civil e João Roma, da Cidadania, integram a comitiva brasileira

Presidente Jair Bolsonaro, durante solenidade de posse do novo ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência
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Três ministros do governo brasileiro desembarcam em Paris nesta segunda-feira 4 para participar da reunião ministerial da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O processo de adesão de países candidatos deve ser abordado no encontro, que ocorre na terça e quarta-feiras (5 e 6).

 

Na comitiva brasileira, estarão Ciro Nogueira, ministro-chefe da Casa Civil, Carlos Alberto Franco França, das Relações Exteriores, e João Roma, da Cidadania, além do secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys. A ampliação da entidade não está na pauta oficial das reuniões, mas será tema obrigatório das conversas entre o secretário-geral da entidade, Mathias Cormann, e o secretário de Estado americano, Antony Blinken, que copreside o encontro.

A expectativa é que Blinken esclareça a posição americana sobre o tema no governo de Joe Biden. A expansão da entidade enfrentava a resistência do ex-presidente Donald Trump – ele chegou a defender a candidatura do Brasil, mas se opunha à entrada de mais países do leste europeu como contrapartida, o que desagradou aos europeus. Depois, o próprio Trump retirou o apoio aos brasileiros em favor dos argentinos, candidatos havia mais tempo, e tolerou o ingresso da Romênia. Com a pandemia de coronavírus, porém, o processo entrou num impasse do qual não saiu mais.

Desde que assumiu o cargo, em março, o novo secretário-geral da OCDE se esforça numa estratégia de desbloquear a entrada de seis novos membros de uma única vez, três de cada continente, incluindo o Brasil e a Argentina. Os outros candidatos são Peru, Bulgária e Croácia, além da Romênia. Os ritmos de adesão de cada um seriam adaptados ao avanço, por cada país, da adequação aos regulamentos da entidade.

Brasília vê o ingresso na organização como “estratégico”, conforme uma nota da Casa Civil da sexta-feira (1). O país já aderiu a 100 dos 247 instrumentos legais da organização, condições para a adesão.

Aproximação com a França

A diplomacia brasileira busca marcar um encontro entre o chanceler França e o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Yves Le Drian. À margem da reunião da OCDE, o ministro brasileiro já tem encontros marcados com os chefes da diplomacia da Turquia e Austrália.

A vinda do ministro brasileiro será uma ocasião de aproximação com os franceses – as relações entre os dois países estão esfriadas desde 2019, após as trocas de farpas entre os presidentes Jair Bolsonaro e Emmanuel Macron a respeito da Amazônia. A política ambiental brasileira levou Paris a se opor, por exemplo, à ratificação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.

No âmbito da OCDE, a França foi contrária à ascensão do Brasil como membro participante do Comitê de Meio Ambiente da entidade. Atualmente, o país desempenha o papel de membro convidado no fórum e a participação mais ativa nos comitês é um passo relevante para o ingresso de um país como membro pleno da organização multilateral, sediada na capital francesa.

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