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A comoção internacional após o cruel bombardeio contra um hospital em Gaza

Ao menos 200 pessoas morreram; OMS, União Europeia, ONU e outras autoridades condenam o ataque e pedem proteção aos civis para evitar escalada de violência

Foto: AFP
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O conflito entre Israel e Palestina foi marcado por mais um episódio cruel. Nesta terça-feira, dia 16, pelo menos 200 pessoas morreram em um ataque deflagrado por grupos israelenses contra um hospital na Faixa de Gaza, segundo o Ministério de Saúde do enclave.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, decretou luto nacional de três dias e definiu o caso como “massacre”. 

A comoção internacional também é grande. Logo após o ocorrido, a Organização Mundial da Saúde divulgou uma nota condenando “veementemente” o ataque. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, reforçou: “Apelamos à proteção imediata dos civis e aos cuidados de saúde, e à reversão das ordens de evacuação”.

Na ONU, o porta-voz do secretário-geral, António Guterres, afirmou que visitará o Cairo na próxima quinta-feira 19 para discutir com o presidente egípcio, Abdel Fattah al Sissi, a entrega de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Apesar de representantes do governo israelense já terem rejeitado a proposta. 

Quem também falou a respeito do caso foi o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, que chamou o ataque de “inaceitável” e disse que Israel deveria respeitar o direito internacional ao contra-atacar o Hamas pelos ataques.

Existem regras em torno das guerras e não é aceitável atingir um hospital“,  disse Trudeau a repórteres locais.“As notícias que chegam de Gaza são horríveis e absolutamente inaceitáveis… o direito internacional precisa ser respeitado neste e em todos os casos.”

O Congresso dos Estados Unidos se manifestou através de uma resolução dos parlamentares progressistas da Casa – entre eles Rashida Tlaib, deputada palestino-americana – onde pedem “uma imediata desescalada e cessar-fogo em Israel e na Palestina ocupada”.

“Toda a vida humana é preciosa e atacar civis, independentemente da sua fé ou etnia, é uma violação do direito humanitário internacional”, diz a resolução proposta.

Enquanto isso, o presidente Joe Biden deve visitar Israel nesta quarta-feira 18, para manifestar apoio a Israel. 

A União Europeia, na figura do presidente do Conselho Charles Michel, ressaltou que é “importante mediar os conflitos” diante da gravidade da situação. 

“Precisamos de fazer tudo o que é possível para impedir uma escalada regional”, disse Michel, em conferência de imprensa conjunta com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Bruxelas, na sequência de uma reunião extraordinária do Conselho por videoconferência.

“Somos uma União de valores. Precisamos de enviar uma mensagem muito clara e forte de condenação dos ataques terroristas perpetrados pelo Hamas. Reafirmamos o direito de Israel à sua defesa, mas tem de estar confinada à lei internacional“, destacou Michel.

As autoridades do Egito também reagiram ao ataque instando à Israel que suspenda o bombardeio para envio de ajuda humanitária.  

Toneladas de material humanitário estão bloqueados no deserto egípcio do Sinai, à espera da abertura do terminal de Rafah, bombardeado quatro vezes por Israel desde o início do conflito, há dez dias. 

Israel-Hamas

Representante do porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, diz que a pasta ainda não tem certeza se o hospital foi atingido por um ataque do Exército israelense ou se um dos lançamentos do Hamas falhou e atingiu a área.

A Secretaria de Comunicação das autoridades do enclave denunciou um “crime de guerra”.

Já o Hamas divulgou um comunicado sobre o ataque, classificando o ato como “genocídio”.

“O massacre do Hospital Al-Ahli, no coração da Faixa de Gaza, é um genocídio. Chega de silêncio sobre a agressão e a imprudência da ocupação”, afirmou o grupo.

(Com informações da AFP) 

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