A Linha Ouro, às 7h50 da noite de quinta-feira, em Doha. Um trem de metrô lotado segue para oeste em direção ao Estádio Internacional Khalifa para a partida Japão e Espanha. Uma rápida olhada no vagão revela o seguinte: uma mulher filipina de Hong Kong com uma camisa da Espanha e boné de beisebol, duas japonesas com máscaras com dois amigos nepaleses (um dos quais voou para o Catar apenas para o jogo), ambas com uniformes do Japão, três coreanos-americanos à procura de ingressos, uma família de mexicanos (um sombrero denuncia) a torcer pela Espanha, três torcedores turbulentos da Arábia Saudita e acima da porta um símbolo dos argentinos que nunca estão longe – uma figurinha Panini de Diego Maradona da Copa dos EUA, em 1994.
Era uma mistura improvável, mas não incomum na cidade nas últimas semanas, e aqui está o argumento: o metrô de Doha é o lugar para se estar nesta Copa do Mundo. Se você quiser passar um tempo com gente de todo o mundo, se quiser conhecer suas esperanças e seus medos (principalmente relacionados ao futebol), se quiser rir, cantar e ser lembrado do quanto os seres humanos têm em comum, então pegue o trem. Ou suba e desça as escadas rolantes, ou reúna-se nos saguões. Realmente, honestamente, está tudo ali.
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