Mundo
7 de outubro, um ano depois: Oriente Médio vivencia aumento da tensão e da violência
Palestinos já contabilizam quase 42 mil mortes; regime israelense reforça raio de atuação em meio a ações do Hamas e do Hezbollah


O Oriente Médio vive um momento de enorme tensão e escalada da violência exatamente um ano após os ataques sem precedentes do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023. A resposta israelense ao episódio já causou cerca de 42 mil mortes só na Faixa de Gaza, mas o conflito escalou para outros países da região e não há sinal de trégua.
Algumas notícias desta segunda-feira 7, data do “aniversário” dos ataques, ajudam a entender a dimensão do conflito que, hoje, envolve outras forças, como o movimento Hezbollah (e, por consequência, o Líbano) e o Irã, além das potências ocidentais, capitaneadas pelos Estados Unidos, que mantêm o apoio ao regime israelense.
Em Gaza, pelo menos 39 pessoas foram mortas em ações das forças israelenses nas últimas 24 horas, elevando o número de vítimas para 41.909 desde 7 de outubro do ano passado. Os dados são do Ministério da Saúde do enclave palestino, controlado pelo Hamas.
Em um dos ataques recentes, militares israelenses mataram uma criança de 12 anos dentro de um campo de refugiados palestinos na região de Jerusalém. Ele foi atingido com um tiro na região do abdome. Pelo menos outras três crianças e quatro adultos ficaram feridos.
Autoridades libanesas confirmaram que um bombardeio israelense nesta segunda causou as mortes de pelo menos oito bombeiros em uma localidade no sul do país. O número pode aumentar, já que os trabalhos de resgate ainda estavam em andamento quando as informações foram divulgadas.
O Hezbollah publicou um comunicado afirmando que vai continuar combatendo os ataques israelenses, e chamou o regime chefiado por Benjamin Netanyahu de “cancerígeno” para a região.
O primeiro-ministro israelense, por sua vez, deixou claro em discurso que não pretende ceder. “Ano passado, vivenciamos um massacre terrível. Como os meses de guerra nos mostraram, nossa força é nossa união. Só juntos poderemos vencer”, afirmou em cerimônia em memória das vítimas dos ataques.
Enquanto isso, o Fórum das Famílias de Reféns, que representa as pessoas sequestradas pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, informou que um homem de 28 anos que estava sob o poder do movimento palestino foi morto. Ele era uma das pessoas que participavam de uma festa quando aconteceram os ataques.
Na região central de Israel, sirenes de alerta para ataques aéreos foram acionadas depois que foguetes foram lançados da Faixa de Gaza. Os projéteis foram interceptados pelo sistema de defesa antiaérea israelense. O Hamas assumiu a autoria dos ataques.
O Exército de Israel lançou um comunicado ordenando a evacuação de civis da região de Khan Younis, no sul de Gaza, rumo a um “refúgio humanitário”, afirmando que haverá uma resposta de “força extrema” na região após o disparo dos foguetes.
O chefe do Comando Central Militar dos Estados Unidos (Centcom, na sigla em inglês), Michael Kurilla, visitou Israel para discutir o andamento das investidas militares israelenses. Segundo comunicado oficial, a visita teve como foco as recentes ações iranianas no país.
Com informações da AFP.
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