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6 brasileiros são presos na Colômbia em ação contra o garimpo ilegal na Amazônia
A operação foi realizada no âmbito de uma ofensiva lançada por Gustavo Petro sob a diretriz ‘draga ilegal encontrada, draga dinamitada’


Militares da Colômbia capturaram seis brasileiros que extraíam ouro ilegalmente na Floresta Amazônica usando quatro dragas, informou o Exército nesta terça-feira 13. Os equipamentos foram destruídos.
A operação foi realizada no âmbito de uma ofensiva lançada pelo presidente Gustavo Petro sob a diretriz “draga ilegal encontrada, draga dinamitada”.
Desde o final de agosto, as forças militares destruíram 12 máquinas, entre elas as quatro localizadas nas imediações do rio Pureté, no departamento colombiano do Amazonas, na fronteira com o Brasil.
O garimpo ilegal e o narcotráfico sustentam os grupos armados que desafiam o Estado colombiano há décadas. Até mesmo estudos independentes apontam que a extração clandestina de ouro e outros minerais rende mais recursos do que a produção e o tráfico de cocaína.
Segundo o general Jaime Galindo, comandante da 6ª Divisão do Exército, os brasileiros detidos estariam “aparentemente” a serviço do grupo armado Comandos de la Frontera, uma organização formada por ex-guerrilheiros e paramilitares, surgida em 2020.
No fim de agosto, o então recém-empossado presidente colombiano ordenou aos militares que destruíssem as dragas em vez de confiscá-las.
Em 5 de setembro, Petro anunciou a destruição de máquinas no Bajo Calima, sudoeste do país, e publicou no Twitter o vídeo de uma violenta explosão no meio da floresta.
A extração ilegal de ouro é particularmente nociva ao meio ambiente. Uma vez retirado o ouro do leito dos rios, os garimpeiros o misturam com mercúrio para separar o metal precioso dos sedimentos. Altamente contaminante, o mercúrio é jogado nas águas e ingerido por peixes que, em seguida, são consumidos pelos seres humanos.
Em 2021, a área contaminada pela exploração clandestina de ouro alcançou 640 km², superfície três vezes maior que a cidade de Buenos Aires, segundo um estudo da ONU.
O governo da Colômbia fixou entre suas prioridades o cuidado com a Amazônia, diante do avanço do desmatamento, que destruiu 7.018 km² de floresta.
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