A polícia venezuelana fez uma operação no último domingo 23 e prendeu 33 homens, com idades entre 21 e 57 anos, porque estavam em uma festa em um local privado – uma sauna gay, de acordo com a imprensa local.
O caso aconteceu em Valencia, estado de Carabobo, após uma denúncia anônima, segundo a qual pessoas faziam sexo grupal no espaço e algumas supostamente eram soropositivas.
Na noite de quarta-feira, o Ministério Público local os acusou de “insulto indecente”, “poluição sonora”, ultraje ao pudor e aglomeração. Funcionários da Polícia Nacional Bolivariana dizem que os detidos se gravavam com o objetivo de comercializar o material pornográfico.
Sem mandado e nenhum crime apurado, a polícia liberou 30 detidos — que ainda terão de se apresentar à Justiça — mas manteve presos o dono do Avalon Club e dois massagistas, apenas por serem homossexuais. Para sair, eles precisam apresentar fiadores. Além da prisão, fotos dos homens detidos foram divulgadas.
“A detenção e criminalização de pessoas LGBTQIA+ é algo que está arraigado no país há várias décadas. Pessoas LGBTQIA+ foram criminalizadas nas décadas de 1960, 1970 e 1980”, afirma em comunicado, a ONG Observatório de Violências LGBTIQ+.
A ONG exige que a origem da denúncia seja investigada e que sejam processados os que acionaram o aparelho de Estado para o preconceito e a discriminação por orientação sexual.
Além de destacarem a submissão dos homens ao ridículo público e a violação do direito à privacidade e ao devido processo.
A família dos detidos relataram à organização ter sido extorquidos pela polícia para libertá-los em troca de dinheiro.
A Anistia Internacional da Venezuela também criticou a ação da polícia, destacando que os 33 presos não tiveram proteção judicial e foram detidos arbitrariamente “acusados de homossexualidade” em 2023.
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