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26º dia: Gaza tem primeiras evacuações, mas Israel bombardeia de novo campo de refugiados

O Ministério da Saúde do enclave informou que o ataque desta quarta deixou ‘dezenas de mártires e feridos’

This image grab taken from AFPTV video footage shows Palestinians checking the destruction in the aftermath of an Israeli strike on the Jabalia refugee camp in the Gaza Strip, on November 1, 2023, amid ongoing battles between Israel and the Palestinian Hamas movement. Thousands of civilians, both Palestinians and Israelis, have died since October 7, 2023, after Palestinian Hamas militants based in the Gaza Strip entered southern Israel in an unprecedented attack triggering a war declared by Israel on Hamas with retaliatory bombings on Gaza. (Photo by AFP)
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Dezenas de feridos e centenas de estrangeiros saíram nesta quarta-feira 1º de Gaza, rumo ao Egito, na primeira evacuação desde o início da ofensiva de Israel, que bombardeou pelo segundo dia consecutivo o maior campo de refugiados do território palestino.

Ao todo, 76 feridos passaram de ambulância pela porta de Rafah, no sul do território, assim como 335 pessoas com passaportes estrangeiros.

A nova etapa da guerra se desenrola desde 7 de outubro, quando integrantes do Hamas executaram um ataque sem precedentes em território israelense, matando cerca de 1.400 pessoas. Na sequência, porém, Israel deu início a bombardeios incessantes contra a Faixa de Gaza, deixando 8.796 mortos, entre eles 3.648 crianças, segundo autoridades do enclave.

O campo de refugiados de Jabaliya já havia sido bombardeado na terça-feira, com o suposto objetivo de “eliminar” um dos dirigentes do Hamas. A operação deixou 47 mortos, entre eles sete reféns, de acordo com o grupo palestino.

O Ministério da Saúde de Gaza informou que o ataque desta quarta deixou “dezenas de mártires e feridos”.

Horas depois, o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, disse estar “horrorizado com a escalada de violência em Gaza”. Ele se referiu diretamente à “morte de palestinos, entre eles mulheres e crianças, em ataques aéreos israelenses em áreas residenciais do campo de Jabaliya”.

Já o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos afirmou que, “dado o elevado número de vítimas civis e o alcance da destruição”, esses bombardeios poderiam ser definidos como “crimes de guerra”.

Baixas israelenses

O Exército israelense reportou, nesta quarta, 15 baixas em suas fileiras desde a terça-feira, em meio a seus ataques terrestres contra Gaza.

Também nesta quarta, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou que o Hamas tem a opção de “morrer ou se render sem condições”.

O líder do grupo islamista, Ismail Haniyeh, acusou Israel, por sua vez, de cometer “massacres” em Gaza para esconder suas “derrotas”.

Outros focos de preocupação

A guerra também piorou a situação na Cisjordânia, onde cerca de 125 palestinos morreram desde 7 de outubro, atingidos por disparos de soldados ou de colonos israelenses, segundo o Ministério da Saúde da Autoridade Palestina.

Os confrontos também se multiplicam na fronteira com o Líbano – neste caso, entre israelenses e combatentes do grupo Hezbollah.

Enquanto isso, a Jordânia anunciou nesta quarta a retirada imediata de seu embaixador em Israel, em protesto contra a ofensiva militar na Faixa de Gaza.

Na terça, a Bolívia rompeu relações com Israel em repúdio aos bombardeios sobre o enclave, decisão que o governo israelense qualificou de “rendição frente ao terrorismo”.

Colômbia e Chile chamaram para consultas seus embaixadores em Israel.

O Catar, país fundamental nas negociações para libertar os reféns do Hamas, alertou que uma intensificação dos bombardeios pode “minar a mediação e os esforços para uma desescalada”.

Turquia e Irã, por fim, propuseram uma conferência regional para evitar uma conflagração.

(Com informações da AFP)

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