Mundo
26º dia: Gaza tem primeiras evacuações, mas Israel bombardeia de novo campo de refugiados
O Ministério da Saúde do enclave informou que o ataque desta quarta deixou ‘dezenas de mártires e feridos’
Dezenas de feridos e centenas de estrangeiros saíram nesta quarta-feira 1º de Gaza, rumo ao Egito, na primeira evacuação desde o início da ofensiva de Israel, que bombardeou pelo segundo dia consecutivo o maior campo de refugiados do território palestino.
Ao todo, 76 feridos passaram de ambulância pela porta de Rafah, no sul do território, assim como 335 pessoas com passaportes estrangeiros.
A nova etapa da guerra se desenrola desde 7 de outubro, quando integrantes do Hamas executaram um ataque sem precedentes em território israelense, matando cerca de 1.400 pessoas. Na sequência, porém, Israel deu início a bombardeios incessantes contra a Faixa de Gaza, deixando 8.796 mortos, entre eles 3.648 crianças, segundo autoridades do enclave.
O campo de refugiados de Jabaliya já havia sido bombardeado na terça-feira, com o suposto objetivo de “eliminar” um dos dirigentes do Hamas. A operação deixou 47 mortos, entre eles sete reféns, de acordo com o grupo palestino.
O Ministério da Saúde de Gaza informou que o ataque desta quarta deixou “dezenas de mártires e feridos”.
Horas depois, o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, disse estar “horrorizado com a escalada de violência em Gaza”. Ele se referiu diretamente à “morte de palestinos, entre eles mulheres e crianças, em ataques aéreos israelenses em áreas residenciais do campo de Jabaliya”.
Já o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos afirmou que, “dado o elevado número de vítimas civis e o alcance da destruição”, esses bombardeios poderiam ser definidos como “crimes de guerra”.
Baixas israelenses
O Exército israelense reportou, nesta quarta, 15 baixas em suas fileiras desde a terça-feira, em meio a seus ataques terrestres contra Gaza.
Também nesta quarta, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou que o Hamas tem a opção de “morrer ou se render sem condições”.
O líder do grupo islamista, Ismail Haniyeh, acusou Israel, por sua vez, de cometer “massacres” em Gaza para esconder suas “derrotas”.
Outros focos de preocupação
A guerra também piorou a situação na Cisjordânia, onde cerca de 125 palestinos morreram desde 7 de outubro, atingidos por disparos de soldados ou de colonos israelenses, segundo o Ministério da Saúde da Autoridade Palestina.
Os confrontos também se multiplicam na fronteira com o Líbano – neste caso, entre israelenses e combatentes do grupo Hezbollah.
Enquanto isso, a Jordânia anunciou nesta quarta a retirada imediata de seu embaixador em Israel, em protesto contra a ofensiva militar na Faixa de Gaza.
Na terça, a Bolívia rompeu relações com Israel em repúdio aos bombardeios sobre o enclave, decisão que o governo israelense qualificou de “rendição frente ao terrorismo”.
Colômbia e Chile chamaram para consultas seus embaixadores em Israel.
O Catar, país fundamental nas negociações para libertar os reféns do Hamas, alertou que uma intensificação dos bombardeios pode “minar a mediação e os esforços para uma desescalada”.
Turquia e Irã, por fim, propuseram uma conferência regional para evitar uma conflagração.
(Com informações da AFP)
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