Com a recente adesão de Nova York e da Espanha socialista, aumentam as alternativas para escapar com um mínimo de lucidez da violência, estupidez e vulgaridade do Manicômio Brasil.
Uruguai
O país de Pepe Mujica é o atalho mais próximo para um detox ideológico. Cannabis liberada, generais golpistas no xilindró, vinhos de qualidade com preços que cabem no bolso, carne deliciosa. Só é conveniente não chegar muito perto da fronteira, porque a gangue do agronegócio gaúcho atira para matar.
Argentina
A nação sublevou-se contra o arrocho megaliberal de Mauricio Macri e, agora que Jair Bolsonaro convocou os argentinos a reelegerem o presidente, fica claro que Christina Kirchner, rival dele, será facilmente eleita e a Argentina voltará a ser o país encantadoramente ilustrado que sempre foi.
Bolívia
Evo Morales, subestimado pela elite da latinoamérica por ter no sangue a marca dos naturais da terra, está dando um show de bola na economia com o receituário que é o contrário do sufoco hiperliberal. Crescimento de 5,3% do PIB no último ano com respeito aos direitos do trabalhador e incentivo ao consumo dos pobres.
México
Cuba
A ideia fixa dos discípulos de Olavo de Carvalho e Steve Bannon não exporta mais guerrilheiros e revolução, exporta médicos e know-how de saúde. Em contraste com o projeto obscurantista da milícia teocrática que aqui viceja, criou o melhor sistema educacional do continente. E os charutos são campeões.
EUA (Nova York)
O prefeito Bill de Blasio acaba de escorraçar de sua jurisdição aquele “ser humano perigoso”, devido a “seu racismo e homofobia evidentes” e por ser “a pessoa com maior poder de impacto sobre o que se passará na Amazônia daqui para a frente”. Manhattan é charmosa demais para conviver com o rebotalho das milícias. A estátua da Liberdade é a original, não a fake da Havan.
EUA (Califórnia)
É um estado libertário, avançado, multirracial, mais rico que o Brasil, polo da indústria do Terceiro Milênio. Pense na diferença entre Steve Jobs e Paulo Skaf. Para os bolsotários, os Estados Unidos têm os cassinos do Trump e a Disneyworld.
Canadá
Portugal
Espanha
Esta é a última aquisição do acervo sentimental dos petralhas, bolivarianos e marxistas culturais, após a vitória nas eleições parlamentares de 28 de abril da coligação de esquerda encabeçada pelo Partido Socialista. Os xenófobos do Vox não conseguirão fechar as fronteiras.
França
O governo tucano de Emmanuel Macron governa em zigue-zague, entre recuos e avanços, mas a França tem uma afetuosa tradição de acolher os perseguidos por razões de consciência, que o digam os sul-americanos assombrados pelas selvagens ditaduras dos anos 1960 aos 1980.
Itália
O primeiro-ministro Salvini é xenófobo e racista, assim como seu governo de extrema-direita, mas a Itália professa um savoir-faire que contagia quem chega e transcende a toda e qualquer circunstância política. E a comida, os vinhos…
Alemanha
Seu passado de atroz intolerância ensinou a Alemanha a ser hoje o país campeão da tolerância.
Suíça
No Cabaret Voltaire de Zurique, durante a Primeira Guerra, você poderia encontrar James Joyce, Carl Gustav Jung, Lenin e a turma toda do Dadaísmo. O lugar fechou e só reabriu dois anos atrás. Os suíços devem estar percebendo que uma nova leva de refugiados está para chegar.
Nova Zelândia
Uma lição de convivência civilizada, a que o país dá em relação aos Maori, os nativos. Sua cultura é valorizada, seus mitos e seus ritos. Quem já assistiu à dança haka com a qual os jogadores All Black se aquecem antes das competições de rúgbi sabe o efeito simbólico daquilo.
África do Sul
A pátria de Nelson Mandela conheceu os horrores do que o governo miliciano do Brasil pretende implantar de arminha na mão: o apartheid social. Assim sendo, está à disposição dos que prezam a liberdade, o multiculturalismo, a diversidade.
Holanda
Pela tradição – e pela cerveja – dá para acreditar que somos todos bem-vindos.
A evitar…
Coreia do Norte
Os anticomunistas acusam-na de ser o comunismo levado às últimas consequências, mas, na verdade, a dinastia dos Kim representa à perfeição, isso sim, o que o comunista Marx chamava de despotismo oriental.
Colômbia
Promove uma acirrada competição para ver qual de seus presidentes é mais submisso ao governo americano. Não surpreende que Shakira, Sofia Vergara e James Rodríguez, bens de exportação, tenham ido embora.
Equador
O presidente se chama Lenin, o que presumiria um homem de esquerda. Nada disso. Traiu o presidente progressista que o elegeu e traiu Julian Assange, asilado na embaixada do Equador em Londres. Em troca, ganhou 30 dinheiros do FMI.
Hungria
O IV Reich de Viktor Orbán tem contaminado com ódio e preconceito a Europa Central. Funciona como um muro a barrar a fuga desesperada dos refugiados do Oriente Médio e da África.
EUA (Miami)
É o lar dos gusanos anticastristas, dos venezuelanos antichavistas e dos brasileiros antipetistas, os quais, porém, espertamente preferem ficar por lá do que vir se confraternizar com o atual presidente de chanchada.
Arábia Saudita
A lei da Sharia islâmica pune com castigos brandos como enforcamento e chibatadas os dissidentes políticos, os divergentes da sexualidade, os ativistas dos direitos humanos. Mulheres adúlteras são apedrejadas até morrer.
Israel
O modelo teocrático de Bibi Netanyahu é idolatrado pelas lideranças evangélicas brasileiras, as quais apoiam o modelo manicomials do ex-islamita Olavo de Carvalho. Não há Muro das Lamentações que dê conta.
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