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17 lugares para escapar de Bolsonaro e fazer um detox ideológico

Indicamos locais pelos quatro cantos do mundo onde as sandices presidenciais passam bem longe

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Com a recente adesão de Nova York e da Espanha socialista, aumentam as alternativas para escapar com um mínimo de lucidez da violência, estupidez e vulgaridade do Manicômio Brasil.

Uruguai

Foto: Miguel Rojo / AFP

O país de Pepe Mujica é o atalho mais próximo para um detox ideológico. Cannabis liberada, generais golpistas no xilindró, vinhos de qualidade com preços que cabem no bolso, carne deliciosa. Só é conveniente não chegar muito perto da fronteira, porque a gangue do agronegócio gaúcho atira para matar.

Argentina

Foto: AFP / Eitan Abramovich

A nação sublevou-se contra o arrocho megaliberal de Mauricio Macri e, agora que Jair Bolsonaro convocou os argentinos a reelegerem o presidente, fica claro que Christina Kirchner, rival dele, será facilmente eleita e a Argentina voltará a ser o país encantadoramente ilustrado que sempre foi.

Bolívia

Foto: AFP/Archivo / Adalberto Roque

Evo Morales, subestimado pela elite da latinoamérica por ter no sangue a marca dos naturais da terra, está dando um show de bola na economia com o receituário que é o contrário do sufoco hiperliberal. Crescimento de 5,3% do PIB no último ano com respeito aos direitos do trabalhador e incentivo ao consumo dos pobres.

México

Há mais de cem anos guerrilheiros bigodudos arrancaram à força do governo dos latifundiários a reforma agrária radical que o Brasil se recusa a fazer. A tradição popular de luta está viva. Imagina se o Brasil fizesse fronteira com os Estados Unidos; já teria se jogado nos braços do Gigante do Norte.

Cuba

A ideia fixa dos discípulos de Olavo de Carvalho e Steve Bannon não exporta mais guerrilheiros e revolução, exporta médicos e know-how de saúde. Em contraste com o projeto obscurantista da milícia teocrática que aqui viceja, criou o melhor sistema educacional do continente. E os charutos são campeões.

EUA (Nova York)

Foto: Andrew Burton / AFP

O prefeito Bill de Blasio acaba de escorraçar de sua jurisdição aquele “ser humano perigoso”, devido a “seu racismo e homofobia evidentes” e por ser “a pessoa com maior poder de impacto sobre o que se passará na Amazônia daqui para a frente”. Manhattan é charmosa demais para conviver com o rebotalho das milícias. A estátua da Liberdade é a original, não a fake da Havan.

EUA (Califórnia)

É um estado libertário, avançado, multirracial, mais rico que o Brasil, polo da indústria do Terceiro Milênio. Pense na diferença entre Steve Jobs e Paulo Skaf. Para os bolsotários, os Estados Unidos têm os cassinos do Trump e a Disneyworld.

Canadá

Justin Trudeau, o primeiro-ministro, tem na sua genealogia razões de sobra para ser a criatura adorável que é. O pai, Pierre, foi político de charme e premier do Canadá por 15 anos. A mãe, Margaret, uma mulher linda e uma primeira-dama irreverente, que fazia a felicidade dos paparazzi saindo amparada do Studio 54 de Nova York. O Canadá de Justin gosta de receber estrangeiros deslocados em seu próprio país.

Portugal

A rota marítima inverteu-se. Portugal recebe hoje em dia multidões de brasileiros émigrés e, num paradoxo clamoroso, há aquela ala Luana Piovani que se instalou num país de governo socialista porque achava o Brasil do PT socialista demais. Consolida, assim, a certeza de que a piada agora somos nós.

Espanha

Esta é a última aquisição do acervo sentimental dos petralhas, bolivarianos e marxistas culturais, após a vitória nas eleições parlamentares de 28 de abril da coligação de esquerda encabeçada pelo Partido Socialista. Os xenófobos do Vox não conseguirão fechar as fronteiras.

França

Foto: AFP

O governo tucano de Emmanuel Macron governa em zigue-zague, entre recuos e avanços, mas a França tem uma afetuosa tradição de acolher os perseguidos por razões de consciência, que o digam os sul-americanos assombrados pelas selvagens ditaduras dos anos 1960 aos 1980.

Itália

Foto: Fabio Ingrosso/WikiCommons

O primeiro-ministro Salvini é xenófobo e racista, assim como seu governo de extrema-direita, mas a Itália professa um savoir-faire que contagia quem chega e transcende a toda e qualquer circunstância política. E a comida, os vinhos…

Alemanha

Seu passado de atroz intolerância ensinou a Alemanha a ser hoje o país campeão da tolerância.

Suíça

No Cabaret Voltaire de Zurique, durante a Primeira Guerra, você poderia encontrar James Joyce, Carl Gustav Jung, Lenin e a turma toda do Dadaísmo. O lugar fechou e só reabriu dois anos atrás. Os suíços devem estar percebendo que uma nova leva de refugiados está para chegar.

Nova Zelândia

Uma lição de convivência civilizada, a que o país dá em relação aos Maori, os nativos. Sua cultura é valorizada, seus mitos e seus ritos. Quem já assistiu à dança haka com a qual os jogadores All Black se aquecem antes das competições de rúgbi sabe o efeito simbólico daquilo.

África do Sul

Foto: AFP/Nelson Mandela Foundation/Arquivo / Debbie Yazbek

A pátria de Nelson Mandela conheceu os horrores do que o governo miliciano do Brasil pretende implantar de arminha na mão: o apartheid social. Assim sendo, está à disposição dos que prezam a liberdade, o multiculturalismo, a diversidade.

Holanda

Pela tradição – e pela cerveja – dá para acreditar que somos todos bem-vindos.

A evitar…

Coreia do Norte

Os anticomunistas acusam-na de ser o comunismo levado às últimas consequências, mas, na verdade, a dinastia dos Kim representa à perfeição, isso sim, o que o comunista Marx chamava de despotismo oriental.

Colômbia

Promove uma acirrada competição para ver qual de seus presidentes é mais submisso ao governo americano. Não surpreende que Shakira, Sofia Vergara e James Rodríguez, bens de exportação, tenham ido embora.

Equador

O presidente se chama Lenin, o que presumiria um homem de esquerda. Nada disso. Traiu o presidente progressista que o elegeu e traiu Julian Assange, asilado na embaixada do Equador em Londres. Em troca, ganhou 30 dinheiros do FMI.

Hungria

O IV Reich de Viktor Orbán tem contaminado com ódio e preconceito a Europa Central. Funciona como um muro a barrar a fuga desesperada dos refugiados do Oriente Médio e da África.

EUA (Miami)

É o lar dos gusanos anticastristas, dos venezuelanos antichavistas e dos brasileiros antipetistas, os quais, porém, espertamente preferem ficar por lá do que vir se confraternizar com o atual presidente de chanchada.

Arábia Saudita

A lei da Sharia islâmica pune com castigos brandos como enforcamento e chibatadas os dissidentes políticos, os divergentes da sexualidade, os ativistas dos direitos humanos. Mulheres adúlteras são apedrejadas até morrer.

Israel

O modelo teocrático de Bibi Netanyahu é idolatrado pelas lideranças evangélicas brasileiras, as quais apoiam o modelo manicomials do ex-islamita Olavo de Carvalho. Não há Muro das Lamentações que dê conta.

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