Com seu antecessor aprendeu que o Itaú precisava sempre inovar e criar serviços, elementos fundamentais para crescer no mercado e ser um dos principais players do setor. O Itaú foi o primeiro a informatizar o acesso dos correntistas com a instalação de caixas eletrônicos e a oferecer informações por telefone. No início da década de 1980, Olavo sentiu o potencial do filho e resolveu ter uma conversa com John Reed, um dos diretores do Citibank e responsável pelas operações no Brasil da Credicard, de controle compartilhado com o Itaú.
O resultado da conversa foi um convite para Roberto fazer um estágio de dois anos na sede do Citibank em Nova York, próximo de Reed, arquiteto da criação do Citigroup. Nesse período, ele pôde entender a importância da segmentação dos serviços prestados pelo banco americano aos seus clientes pessoa física e jurídica e percebeu que o cartão de crédito iria transformar a próxima década, trazendo maior mobilidade aos usuários. “Aprendi ali a visão correta que um banco de varejo devia ter”, observa. Fã de rock, ele engordou sua coleção com discos de Pink Floyd, Cream, Led Zeppelin e U2.
A temporada no mercado financeiro norte-americano permitiu-lhe aprender a importância da criação de resultados para consolidar o crescimento sustentável de uma empresa, principalmente de um banco. “Acredito que, ao assumir, tenha agregado esse foco mais voltado ao resultado, elemento importante da capitalização do banco.” Além de presidir o Itaú Unibanco, ele está no comando de um processo de transição cada vez mais próximo. Seu mandato à frente da holding controladora do banco encerra-se em 2017, quando ele terá 63 anos.
A partir do próximo ano, a estrutura organizacional sofrerá aperfeiçoamento, com a nomeação de um executivo responsável pela área de varejo e outro para a de atacado. Os dois serão subordinados a ele, ao comitê executivo e terão apoio das áreas próximas. “Esse modelo deverá trazer mais agilidade e preparar a instituição para a transição.”