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MP do Rio denuncia três policiais pelo assassinato do adolescente João Pedro no Salgueiro

Os agentes foram denunciados por homicídio duplamente qualificado e por fraude processual

MP do Rio denuncia três policiais pelo assassinato do adolescente João Pedro no Salgueiro
MP do Rio denuncia três policiais pelo assassinato do adolescente João Pedro no Salgueiro
(Foto: Reprodução/Twitter)
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O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro denunciou três policiais pela morte do adolescente João Pedro de Mattos Pinto, morto a tiros, em maio de 2020, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.

Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister foram denunciados por homicídio duplamente qualificado e por fraude processual.

“Em total menoscabo pelas vidas dos moradores inocentes da localidade de Itaoca, adentraram no terreno e alvejaram, sem nenhum motivo justificador, a residência em cujo interior se encontravam seis jovens desarmados, vindo a atingir e matar a vítima”, diz um trecho da denúncia.

João Pedro foi morto a tiros durante uma operação policial conjunta com a Polícia Federal para o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes de uma facção criminosa.

Segundo o MP, enquanto aguardavam a chegada da equipe de peritos da Delegacia de Homicídios de São Gonçalo (DH-NIT/SG), os policiais alteraram fraudulentamente o local do crime, para criar a ideia de um suposto confronto com criminosos.

Foram colocados na cena do crime artefatos explosivos, uma pistola GLOCK e uma calibre 9mm. Os agentes também posicionaram uma escada junto ao muro dos fundos do imóvel e produziram marcas de disparos de arma de fogo junto ao portão da garagem do mesmo imóvel, para se eximirem da responsabilidade criminal.

A Promotoria também elencou outras ações que devem ser tomadas em relação aos denunciados, como a suspensão integral do exercício da função pública durante a vigência do processo penal, a proibição de manter contato direto ou por outra pessoa com quaisquer das testemunhas arroladas na denúncia, a proibição de acesso ou frequência às dependências de qualquer unidade da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e o comparecimento mensal em juízo durante a vigência do processo penal.

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