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Gilmar Mendes nega habeas corpus para ex-comandante da PM preso por omissão no 8 de Janeiro
Jorge Eduardo Naime está preso há mais de 300 dias por suspeita de omissão nos atos golpistas de 8 de Janeiro


O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, negou o pedido de habeas corpus para o coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Jorge Eduardo Naime, preso por suspeita de omissão nos atos golpistas de 8 de Janeiro. A decisão foi assinada nesta quinta-feira 7.
A defesa citou o agravamento “do quadro de saúde físico e mental” do ex-comandante. Na segunda-feira 4, Naime passou mal e foi levado a uma unidade de saúde. Na sequência, retornou para a unidade prisional.
No documento, Gilmar Mendes afirmou que que o habeas corpus apresentado é inadmissível, já que é baseado em cima de uma decisão monocrática de um outro ministro.
Alexandre de Moraes já decidiu anteriormente sobre a manutenção da prisão para Jorge.
Em junho, Jorge Naime prestou depoimento à CPMI do 8 de Janeiro. Na ocasião, o ex-comandante do Departamento Operacional da PM-DF admitiu falhas na contenção dos ataques, mas alegou que seu setor não havia recebido os alertas de inteligência anteriores ao vandalismo.
O coronel relatou ainda que o Exército teria impedido sua tentativa de desmobilizar o acampamento bolsonarista em frente ao quartel-general da Força em Brasília, no fim de dezembro.
Naime disse ter tentado colocar os seus agentes de segurança no local, mas que “o Exército tomou a frente e disse que faria o policiamento com a própria Polícia do Exército”.
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