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Terremoto devasta cidades do centro da Itália

Tremor de magnitude 6,2 na escala Richter deixa pelo menos 247 mortos e chega a ser sentido em Roma, a 170 km do epicentro

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Um terremoto de magnitude 6,2 na escala Richter atingiu o centro da Itália na madrugada desta quarta-feira 24, deixando um rastro de destruição e ao menos 247 mortos e vários desaparecidos.

O terremoto ocorreu às 3h36 (hora local), a sudeste de Norcia, cidade da província de Perugia, com epicentro a dez quilômetros de profundidade, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), que monitora a atividade sísmica mundial. O sismo foi seguido de dezenas de réplicas de 5,5 e 4,6 e 4,3. A Defesa Civil italiana qualificou o tremor como “severo”.

O terremoto foi sentido nas regiões do Lácio, da Úmbria e de Marcas. As localidades mais atingidas foram Accumoli e Amatrice, na província de Rieti (Lácio), e Arquata del Tronto, na província de Ascoli Piceno (Marcas). 

O tremor foi sentido também em Roma, a 170 km do epicentro. De acordo com o jornal La Repubblica, as casas em Roma tremeram por cerca de 20 segundos. Segundo um porta-voz do Corpo de Bombeiros, há relatos de feridos na capital italiana. O repórter da DW Lewis Sanders, que está em Ascoli Piceno, a cerca de 60 km do epicentro, contou que “acordou com a casa sacudindo violentamente”.

Setenta e cinco por cento da cidade já não existe, as pessoas estão sob os escombros”, disse Sergio Pirozzi, prefeito de Amatrice, à emissora Sky. O prefeito confirmou que houve desabamentos graves em vários edifícios e colapso de pontes que complicam o acesso ao local por parte das equipes de resgate. Ele descreveu a situação como dramática.

Além disso, a Defesa Civil confirmou deslizamentos de terras em outras três províncias da Região de Marcas: Ascoli Piceno, Fermo e Macerata. Dezenas de socorristas, policiais e voluntários trabalham sem descanso nas pequenas localidades afetadas pelo terremoto.

Os feridos mais graves estão sendo levados à capital da província, Rieti, assim como a hospitais de Roma e Florença em helicópteros. 

As autoridades decidiram mobilizar o Exército para os trabalhos de resgate, que são particularmente complicados por se tratar de pequenas localidades montanhosas. “Digo, com o coração na mãos, às italianas e aos italianos, nos momentos de dificuldades, a Itália sabe o que fazer”, disse o premiê Matteo Renzi em seu primeiro pronunciamento após a tragédia. “Não deixaremos ninguém sozinho, nenhuma família, nenhuma província”, prometeu, elogiando os voluntários e integrantes da Defesa Civil.

“Minha irmã está sob os escombros. Não dá sinal de vida. Ouve-se apenas os gatos”, lamentou angustiado Guido Bordo, de 69 anos, em declarações à AFP, enquanto esperava em Accumoli notícias sobre seus familiares.

Os operadores pedem continuamente silêncio para poder ouvir os lamentos, gritos e sinais para poder escavar e tentar salvar as vítimas. Uma família inteira, dois adultos e dois filhos, que estavam de férias nesta região perdeu a vida no tremor. “Salvei-me milagrosamente. Dez segundos foram suficientes para destruir tudo”, contou Marco, morador de Amatrice, ao jornal La Repubblica.

Muitos turistas estavam na região para participar das festas organizadas todos os anos em Amatrice por ocasião da criação de uma famosa receita de espaguete. 

Francisco

O papa Francisco decidiu não pronunciar a catequese que tinha preparado para a audiência desta quarta-feira, e pediu às milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro que rezassem o rosário pelas vítimas.

Francisco decidiu suspender sua habitual catequese para expressar sua “dor e proximidade a todas as pessoas que estão nas áreas afetadas e todas as pessoas que perderam seus entes queridos e aqueles que ainda estão chocados pelo medo”.

Ele lamentou ter ouvido que “a cidade de Amatrice já não existe e pensar que entre os mortos há muitas crianças”.

O terremoto ocorreu próximo de Aquila, onde um sismo de magnitude 6,3 deixou mais de 300 mortos e devastou a região de Abruzos em 2009.

*Com informações da AFP e da Deutsche Welle.

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