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Polícia da Nicarágua prende suspeito de matar brasileira

Autoridades apontam homem de 42 anos como provável autor dos disparos que mataram Raynéia Gabrielle Lima

A pernambucana vivia há seis anos na Nicarágua
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A polícia da Nicarágua afirmou ter prendido o suspeito de ter assassinado a estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima, de 31 anos. O carro onde a pernambucana estava foi metralhado a poucos metros de sua casa, na segunda-feira 23, na capital Manágua.

Em comunicado, a polícia disse que deteve um homem de 42 anos que seria “o suposto autor dos disparos” que mataram a brasileira. O suspeito foi identificado como Pierson Gutiérrez Solis. Segundo autoridades, ele carregava uma carabina M4, mesmo tipo de arma que teria sido usada no assassinato de Raynéia.

A pernambucana morava no país há seis anos e cursava o último ano de Medicina na Universidade Americana. Horas depois de seu assassinato, o reitor da UAM, Ernesto Medina, acusou grupos paramilitares, que estariam fazendo a segurança na região, pela morte da estudante.

A polícia rapidamente negou que o crime foi cometido por paramilitares e afirmou que o autor seria um segurança particular.

No comunicado sobre a detenção do suspeito, as autoridades não explicaram, porém, por que um vigilante estaria portando um fúsil automático e também não confirmaram se Solis é segurança particular.

Antes do anúncio da polícia, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, classificou como inaceitável a morte da brasileira e disse que as informações transmitidas pelo governo da Nicarágua eram “extremamente insuficientes”.

“Chamamos o embaixador do Brasil na Nicarágua para nos explicar em mais detalhes e também a embaixadora da Nicarágua no Brasil para fazer um gesto diplomático de profunda discordância do Brasil sobre a violência no país, que terminou com uma vítima brasileira”, destacou Nunes Ferreira.

Crise e onda de protestos

A Nicarágua enfrenta uma crise sociopolítica, marcada por violentos protestos contra o presidente Daniel Ortega, que deixaram mais de 400 mortos.

Os protestos contra Ortega e sua mulher, a vice-presidente Rosario Murillo, começaram em 18 de abril, quando a população passou a manifestar-se nas ruas contra as reformas fracassadas na área de segurança social e a exigir a renúncia do presidente. O governo respondeu às manifestações com violência.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos e o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos acusaram o governo de Nicarágua de praticar “assassinatos, execuções extrajudiciais, maus-tratos, possível tortura e detenções arbitrárias”.

Há 11 anos no poder e enfrentando acusações de abuso e corrupção, Ortega nega envolvimento com grupos paramilitares e afirmou que não pretende renunciar.

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