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México procura sem descanso sobreviventes após terremoto devastador
O mais recente balanço aponta que ao menos 217 pessoas morreram, incluindo 21 crianças que estavam em uma escola que desabou
Por Sofia Miselem
Os trabalhos de resgate prosseguiam sem descanso na capital e nos estados centrais do México, nesta quarta-feira 20, em busca de sobreviventes sob os escombros de edifícios que desabaram após o terremoto devastador da véspera.
“Até o momento, registramos 217 falecidos: 86 na Cidade do México, 71 em Morelos, 43 em Puebla, 12 no estado do México, três em Guerrero e um em Oaxaca”, tuitou o diretor da Defesa Civil no Ministério do Interior, Luis Felipe Puente.
#Actualización Hasta el momento se reportan 217 fallecidos: 86 #CDMX, 71 #Morelos, 43 #Puebla, 12 #Edoméx, 4 #Guerrero y 1 #Oaxaca.
— Luis Felipe Puente (@LUISFELIPE_P) 20 de setembro de 2017
Muitos moradores da capital não dormiram, com medo de um tremor secundário forte e à espera dos resgates nos mais de 40 imóveis que desabaram na Cidade do México. Em 19 de setembro de 1985, a capital ficou parcialmente destruída por um terremoto de 8,1 graus que deixou mais de 10 mil mortos.
Os resgates se concentravam na zona sul e no corredor Roma-Condesa, área nobre da capital conhecida por seus bares e restaurantes e onde moram muitos estrangeiros.
Nos estados de Puebla e Morelos, onde foi localizado o epicentro do terremoto, que aconteceu às 13h14 locais (15h14 de Brasília) de terça-feira 19, também prosseguiam as tarefas de resgate em casas e prédios destruídos.
“Forças Armadas e Polícia Federal seguirão trabalhando sem descanso até esgotar todas as possibilidades de encontrar mais pessoas com vida”, escreveu no Twitter o secretário de Governo, Miguel Angel Osorio.
Nuvem de poeira
Na capital, a maior tragédia foi o desabamento da escola Enrique Rebsamen, localizada no extremo sul da cidade. “Temos 26 mortos, dos quais cinco são adultos e 21 crianças. Temos 11 crianças resgatadas, e o número de pessoas presas oscila entre 30 e 40”, disse José Luis Vergara, oficial do Exército que coordena o resgate, ao canal Televisa.
Com o apoio de civis e de socorristas, militares trabalhavam com a luz de geradores. As buscas seguiam complicadas, porque a escola – que, de três andares, foi reduzida a apenas um – ameaçava desabar por completo a qualquer momento.
Vergara explicou que os socorristas conseguiram estabelecer contato com uma professora e com duas crianças presas nos escombros. Mães aguardavam notícias dos filhos, em um clima de grande nervosismo.
Os pais também ajudavam a remover os escombros. A polícia levou cães farejadores e instrumentos para detectar o mínimo som até a área da tragédia. “Uma nuvem de poeira veio quando parte do edifício entrou em colapso. Tivemos que permanecer em nossas salas até que o tremor passasse”, relatou a professora María del Pilar Martí.
Silêncio e aplausos
Com os braços levantados, ou gritos de “silêncio”, os socorristas – dos chamados Topos que se especializaram em resgates com o terremoto de 1985 até civis voluntários – não pararam durante a madrugada, com a esperança de ouvir qualquer ruído que indicasse a presença de um sobrevivente sob os escombros.
Quando uma pessoa conseguia retirar um sobrevivente, o silêncio dava lugar a aplausos e comemorações.
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Grande parte da cidade não descansou durante a madrugada. Caminhões de carga circulavam pelas ruas com água, alimentos, medicamentos e outros produtos de primeira necessidade. Os socorristas caminhavam com pás pelas áreas mais afetadas.
Nos parques públicos da área de Roma-Condesa, foram criados acampamentos que distribuíam ajuda para voluntários e desabrigados. Muitas pessoas dormiram nas ruas.
Carro destruído por pedaço de construção que desabou na Cidade do México (Foto: Alfredo Estrella / AFP)
As aulas na capital e nos estados afetados foram suspensas até nova ordem, enquanto prédios públicos devem trabalhar apenas com funcionários essenciais.
O presidente Enrique Peña Nieto divulgou uma mensagem durante a madrugada com um pedido de calma. “Na medida do possível, a população deverá permanecer em suas casas, desde que esteja segura, e evitar congestionar as ruas por onde devem transitar os veículos de emergência”, disse.
O México fica entre cinco placas tectônicas e é um dos países com maior atividade sísmica no mundo.
A Cidade do México conta com um sistema de alertas que se ativa um minuto antes do sismo. Jornalistas da AFP disseram que, desta vez, o alerta foi ouvido apenas no mesmo momento em que se sentiu o tremor, já que o epicentro estava a menos de 200 quilômetros de distância da capital.
Em 7 de setembro, um terremoto de magnitude 8,1, o mais forte em um século no México, deixou 96 mortos e mais de 200 feridos no sul do país, especialmente nos estados de Oaxaca e Chiapas.
*Leia mais na AFP
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