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Guerra civil, segundo tempo

Na Líbia pós-Kaddafi, o separatismo na região da Cirenaica ameaça gerar um novo conflito

Cirenaica. Líbios à espera da decisão sobre autonomia. Foto: Esam al-Fetor/Reuters/LatinStock
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O “governo de transição” da Líbia não consegue obter o controle do país ou legitimidade ante a coalizão de forças heterogêneas que lutaram contra o regime de Kaddafi.

Em 6 de março, uma conferência de líderes tribais e milícias de Bengazi proclamou unilateralmente a “autonomia” da região oriental da Líbia, que criou seu próprio “conselho de transição”, chefiado por Ahmed al-Senussi, sobrinho-neto do rei Idris I, deposto em 1969.

Essa atitude esvazia a eleição parlamentar prevista para junho, a partir da qual se elegeria o primeiro-ministro e se redigiria a nova Constituição.

Dos 200 deputados, 102 seriam da Tripolitânia (noroeste), 38 do Fezã (sudoeste) e 60 da Cirenaica (leste), proporcionalmente à população, mas parte dos líderes desta última, que contém a maior parte dos campos e terminais petrolíferos do país, não quer se submeter à vontade da maioria dos líbios.

Mustafa Abdel Jalil, líder do conselho de transição de Trípoli, acusou os autonomistas de Bengazi de serem financiados por estrangeiros e ameaçou recorrer às armas, o que faz recear uma segunda rodada de guerra civil, que voltaria a envolver todo o país.

Não há unanimidade pela autonomia no leste: os militantes da Irmandade Muçulmana são contrários e saíram às ruas de Bengazi para protestar. Por outro lado, o controle da região ocidental e da própria cidade de Trípoli está dividido entre várias milícias armadas e pelo menos uma cidade, Bani Walid, está nas mãos de kaddafistas.

O “governo de transição” da Líbia não consegue obter o controle do país ou legitimidade ante a coalizão de forças heterogêneas que lutaram contra o regime de Kaddafi.

Em 6 de março, uma conferência de líderes tribais e milícias de Bengazi proclamou unilateralmente a “autonomia” da região oriental da Líbia, que criou seu próprio “conselho de transição”, chefiado por Ahmed al-Senussi, sobrinho-neto do rei Idris I, deposto em 1969.

Essa atitude esvazia a eleição parlamentar prevista para junho, a partir da qual se elegeria o primeiro-ministro e se redigiria a nova Constituição.

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