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EUA proíbem tablets e laptops em voos do Oriente Médio e da África

Casa Branca veta transporte de dispositivos maiores que celular na cabine de voos provenientes de oito países de maioria muçulmana

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A Casa Branca confirmou nesta terça-feira (21/03) a imposição de novas restrições contra determinados dispositivos eletrônicos em aviões provenientes de dez aeroportos do Oriente Médio e Norte da África. A deliberação americana foi justificada como resposta a ameaças terroristas não especificadas.

O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos determinou que ficam proibidos de ser transportados na cabine aparelhos eletrônicos maiores que um telefone celular, como tablets, laptops e câmeras. Os dispositivos devem ser despachados.

A medida afeta passageiros em viagem aos EUA a partir de aeroportos de oito países de maioria muçulmana: Amã (Jordânia), Cairo (Egito), Doha (Catar), Dubai e Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), Casablanca (Marrocos), Riad e Jeddah (Arábia Saudita) e Kuwait.

A partir desses aeroportos, nove companhias aéreas realizam cerca de 50 voos diretos aos EUA por dia – Royal Jordanian Airlines, Egypt Air, Turkish Airlines, Saudi Arabian Airlines, Kuwait Airways, Royal Air Maroc, Qatar Airways, Emirates e Etihad Airways. Nenhuma companhia americana foi afetada pela nova regulamentação, já que nenhuma opera voos diretos aos EUA a partir das localidades citadas.

Seguindo o anúncio de Washington, o governo britânico anunciou que também passará a proibir o transporte de tablets e laptops na cabine em voos ao Reino Unido provenientes de seis países: Turquia, Líbano, Jordânia, Egito, Tunísia e Arábia Saudita.

“As novas medidas de segurança podem gerar alguns transtornos para passageiros e voos, e nós entendemos a frustração que isso causará, mas nossa prioridade máxima sempre será manter a segurança dos cidadãos britânicos”, afirmou, em nota, um porta-voz do governo em Londres.

Sem relação com veto migratório

O governo americano afirmou que a decisão não tem relação nenhuma com os esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, de impedir a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de seis países de maioria muçulmana.

Uma porta-voz do Departamento de Segurança Interna garantiu que o governo “não mirou nações específicas, mas se baseou em avaliações de inteligência para determinar quais aeroportos foram afetados”.

No último dia 6 de março, Trump assinou uma ordem executiva proibindo cidadãos de Irã, Líbia, Síria, Somália, Sudão e Iêmen de viajar aos Estados Unidos por 90 dias. Dois juízes federais suspenderam partes do banimento, alegando discriminação contra muçulmanos. Trump prometeu apelar à Suprema Corte, caso necessário.

Inteligência detecta ameaça terrorista

Segundo autoridades americanas, as novas restrições são uma resposta a relatos de que grupos terroristas planejam contrabandear explosivos em dispositivos eletrônicos comuns. A Casa Branca não deu detalhes, apenas salientou que o governo está preocupado com possíveis tentativas de organizações terroristas explodirem um avião comercial.

A agência de notícias Reuters divulgou, na segunda-feira, que a medida estava sob consideração desde que a Casa Branca tomou conhecimento de uma ameaça há algumas semanas.

Autoridades confidenciaram à Reuters que tal informação foi coletada numa incursão americana no Iêmen, em janeiro, que tinha como alvo a Al Qaeda na Península Arábica (AQPA).

A AQPA, baseada no Iêmen, traçou planos de derrubar aeronaves americanas e reivindicou a responsabilidade pelo ataque à redação do semanário francês Charlie Hebdo, em 2015, em Paris. A organização também se vangloria de ter formado o mais temido fabricante de bombas do mundo, Ibrahim Hassan al-Asiri.

Em 2010, autoridades de segurança do Reino Unido e dos Emirados Árabes Unidos interceptaram bombas em pacotes sendo enviados do Iêmen aos EUA. A AQPA também assumiu a autoria da fracassada tentativa de um islamista nigeriano de derrubar um avião em Detroit, em dezembro de 2009. O dispositivo, escondido na cueca do terrorista Umar Farouk Abdulmutallab, não explodiu.

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