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Contra adversidades, caravana de migrantes segue trajeto rumo aos EUA
A marcha dos hondurenhos torna-se uma questão diplomática. Trump tenta usar politicamente o episódio
Os milhares de migrantes hondurenhos continuam a marcha em direção aos Estados Unidos, enquanto um outro grupo aguarda, na fronteira entre a Guatemala e o México, pela permissão de entrar no país.
A RFI conversou com as ONGs que acompanham aqueles que conseguiram chegar ilegalmente em território mexicano, cuja situação é bastante crítica. O presidente norte-americano, Donald Trump, deve comparecer ao Texas para obter apoio contra a migração.
No domingo 21, homens, mulheres e crianças partiram de Ciudad Hidalgo para Tapachula, uma distância de quarenta quilômetros que eles percorreram a pé, durante sete horas, sob forte calor. Os esforços físicos acarretaram problemas de saúde, como desidratação. Ao chegar no destino, eles se instalaram em dois parques públicos para passar a noite, em situação precária.
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“Nós estamos no Parque Central de Tapachula. Entre 3 mil e 5 mil pessoas fazem parte da caravana. Choveu bastante e precisamos de um abrigo”, disse Irineo Mujica, da ONG Povos sem Fronteira, que acompanha o grupo de migrantes. “Tentamos distribuir alimentos, mas é muito complicado. As pessoas estão destruídas. Elas sofreram uma forte pressão e têm o sentimento de serem perseguidas”.
A caravana encontrou muitas dificuldades desde que saiu de Honduras. Após um percurso de mil quilômetros, os migrantes ficaram bloqueados durante dois dias na ponte que separa a Guatemala do México, até tomarem a decisão de atravessar o rio nadando.
O maior desafio humanitário é encontrar abrigos nas cidades por onde eles passam. “O ponto principal de nossa ação é tentar aumentar a capacidade local de abrigar os migrantes, pois estamos descapacitados atualmente”, afirmou Maria Rubi, porta-voz regional do Alto Comissariado sobre Refugiados da ONU. “Estamos tentando ver o que podemos fazer”.
Durante a caminhada em direção a Tapachula, os migrantes foram pressionados pela polícia federal, que tentou impedir o progresso da marcha. As autoridades políticas também tentaram persuadi-los a regularizar a situação migratória, mas Donald Trump segue a ressaltar que não acolherá os migrantes quando eles chegarem à fronteira dos Estados Unidos.
No domingo 21, Trump publicou dois tuítes sobre o assunto. O primeiro, para sublinhar o fato de que seu governo não permitiria a entrada da caravana. O segundo para culpar os democratas e para exigir uma mudança nas leis migratórias.
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