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Bernie Sanders e congressistas dos EUA criticam Temer e prisão de Lula

Parlamentares enviaram uma carta ao embaixador do Brasil no país em que pedem também uma investigação independente sobre morte de Marielle

O senador Bernie Sanders, que foi pré-candidato à Presidência dos EUA em 2016
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Em carta enderaçada ao embaixador do Brasil em Washington, Sergio Silva do Amaral, o senador Bernie Sanders, pré-candidato à Presidência do país em 2016, e outros 28 congressistas criticaram o julgamento de Lula pelo caso do tríplex, o assassinato da vereadora Marielle Franco e o governo de Michel Temer, classificado pelos parlamentares como de “extrema-direita”.

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Os congressistas dizem se opor ao “crescente assalto à democracia e aos direitos humanos no Brasil” e juntam-se aos protestos de Michelle Bachetelet, ex-presidente do Chile, François Hollande, ex-presidente da França, e do ex-primeiro ministo espanhol José Luiz Rodríguez Zapatero ao denunciarem as irregularidades da prisão de Lula, condenado a 12 anos e um mês de prisão pelo caso do tríplex do Guarujá.

Eles pedem ao embaixador brasileiros nos EUA que facilite uma investigação independente para apurar a morte de Marielle e que trabalhe para garantir a Lula um julgamento  justo de acordo com a Constituição brasileira.

“Em abril, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi preso após um processo judicial bastante questionálvel, no qual seus direitos como réu foram aparentemente violados”, dizem os congressistas. “Os fatos que envolvem o caso do ex-presidente Lula nos dá razão para acreditar que o objetivo prioritário de sua prisão é para impedi-lo de disputar as próximas eleições.”

Os congressistas afirmam que o Brasil é atualmente “o mais perigoso lugar no mundo” para defensores do meio ambiente, de acordo com a organização Global Witness, que levantou mais de 70 mortes de defensores da causa no País.

Bernie Sanders e seus colegas de Congresso também atacam o presidente Michel Temer, ao classificar seu governo como de “extrema-direita”. Eles criticam o congelamentos dos gastos públicos por 20 anos, que vão levar a “cortes significativos para programas vitais de saúde e educação” e lembram a inclusão do Brasil na lista suja da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de países que mais violam os direitos trabalhistas. Eles pedem que o governo brasileiro “use sua autoridade” para impedir novos ataques aos trabalhadores.

Por fim, eles pedem para as autoridades políticas que assegurem “eleições justas”. “Recomendamos que as cortes brasileiros prontamente avaliem os méritos das acusações contra o presidente Lula, nas quais não foram apresentadas evidências materiais para provar as denúncias de corrupção contra o ex-presidente”. “A luta contra a corrupção não pode ser usada como justificativa para a perseguição de opositores políticos ou para negá-los o direito a participar livremente das eleições.”

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