Diversidade

Repórter é hostilizado no Catar após bandeira de Pernambuco ser confundida com símbolo LGBT

‘Fui filmar, mas eles pegaram meu celular e só devolveram me obrigando a deletar o vídeo’, relatou Victor Pereira

Reprodução / Twitter
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No terceiro dia da Copa do Mundo, o repórter Victor Pereira foi atacado por cidadãos no Catar após a bandeira de Pernambuco ser confundida com o símbolo LGBT+. A polícia foi acionada e, em meio a uma abordagem violenta, confiscou o aparelho celular do jornalista.

País-sede da Copa, o Catar tem atraído a atenção da mídia não só pelo esporte, mas pela postura do governo contra os direitos humanos, como a proibição de relação entre pessoas do mesmo sexo, com pena de até três anos de prisão.

“Fui atacado por alguns integrantes do Catar e também por policiais, porque eles vieram em cima achando que era bandeira LGBT. Fui filmar, mas eles pegaram meu celular e só devolveram me obrigando a deletar o vídeo”, relatou Pereira. “Isso é um absurdo, porque nós temos autorização da FIFA para filmar absolutamente tudo aqui no estádio.”

Torcedores gravaram o momento em que Victor foi abordado e tentou explicar que estava no local como repórter. Segundo o jornalista, o grupo envolvido tomou e pisoteou o símbolo do estado.

A ação foi gravada por Victor e outros espectadores, mas agentes obrigaram todos a deletar as imagens.

Manifestações de ativistas são barradas e desencorajadas

Na segunda-feira 21, o jornalista norte-americano Grant Wahl foi impedido de acessar a área de mídia em um dos estádios por vestir uma camisa que mostrava um arco-íris envolvendo uma bola de futebol, em apoio à comunidade LGBT+.

Também nesta semana, sete seleções europeias anunciaram que seus capitães não utilizarão braçadeiras em apoio à causa LGBT+, temendo sanções da FIFA. O item integrava a campanha One Love, lançada pela Holanda e que traz à tona não só o combate à homofobia, mas ao racismo e a outras formas de preconceito.

A FIFA argumentou que o uso das braçadeiras não estava previsto no regulamento e, segundo as seleções, ameaçou punir os jogadores com cartões amarelos.

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