Esporte

Presidente do COI diz que politizar o esporte ‘seria muito prejudicial’

Bach fez essas afirmações durante uma visita a Montevidéu pelos 100 anos do Comitê Olímpico Uruguaio

Bach disse nesta segunda que "os Jogos Olímpicos são o único acontecimento que reúne todo o mundo em uma competição pacífica". Foto: Indranil Mukherjee/AFP
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O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, mostrou-se confiante, nesta segunda-feira 23, de que a trégua olímpica para os Jogos de Paris 2024 será adotada por consenso no próximo mês, e advertiu que politizar o esporte “seria bastante prejudicial” para a humanidade.

Bach fez essas afirmações durante uma visita a Montevidéu pelos 100 anos do Comitê Olímpico Uruguaio (COU).

“Neste momento, contamos com grande apoio da comunidade internacional ao poder unificador do esporte”, assinalou Bach em entrevista coletiva. “E espero que obtenhamos outro impulso de apoio com o próximo debate sobre a resolução da trégua olímpica nas Nações Unidas, em novembro”, acrescentou.

Contudo, Bach ressaltou que o COI está acompanhando “muito de perto” as tentativas de países “de politizar o esporte e substituir competições esportivas como os Jogos Olímpicos, que são jogos de neutralidade política organizados pela sociedade civil, por eventos organizados pelo governo”.

Perguntado se estava se referindo à Rússia, cujo presidente Vladimir Putin disse na semana passada que acreditava que novos organismos e ligas esportivas acabariam substituindo o que chamou de “monopólio” existente no esporte internacional, Bach respondeu que o COI “certamente” está analisando esses comentários.

“Estamos muito seguros de que o mundo vai perceber que politizar o esporte seria muito prejudicial para a sociedade mundial e não refletiria a missão do esporte ao simplesmente realizar competições entre nações que, em um determinado momento, são politicamente amigas”, afirmou o presidente do COI.

Putin acusou a organização de usar os Jogos como “instrumento de pressão política”, algo rechaçado “firmemente” pelo COI.

O Comitê ainda deve decidir se vai permitir aos atletas russos e bielorrussos competir em Paris-2024, um tema que agita o mundo do esporte.

Os atletas desses países foram proibidos de participar de competições internacionais após o início da ofensiva russa na Ucrânia em fevereiro de 2022, com apoio de Belarus.

Em março de 2023, o COI recomendou sua reintegração a competições internacionais fora dos Jogos Olímpicos, sempre que eles participem com bandeira neutra, de forma individual, e que não tenham “apoiado ativamente a guerra na Ucrânia”.

Por outro lado, em 12 de outubro, o COI suspendeu o Comitê Olímpico Russo por ter colocado sob sua autoridade várias organizações esportivas de regiões ucranianas ocupadas pelo Exército russo.

Em um discurso no Palácio Legislativo, durante a apresentação de um selo comemorativo pelos 100 anos do COU, Bach disse nesta segunda que “os Jogos Olímpicos são o único acontecimento que reúne todo o mundo em uma competição pacífica”.

E reiterou que, após se reunir com o presidente uruguaio Luis Lacalle Pou, o COI está “convencido” de contar com o apoio do Uruguai para a resolução da trégua olímpica “por consenso por todos os Estados-membros das Nações Unidas”.

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