Esporte

Presidente do COI condena ‘discurso de ódio’ contra boxeadoras envolvidas em polêmica de gênero

A argelina Imane Khelif e a taiwanesa Lin Yu-ting estão no centro de uma polêmica depois de terem sido reprovadas em um teste de elegibilidade de gênero

Presidente do COI condena ‘discurso de ódio’ contra boxeadoras envolvidas em polêmica de gênero
Presidente do COI condena ‘discurso de ódio’ contra boxeadoras envolvidas em polêmica de gênero
Imane Khelif, da Argélia, sai após sua partida preliminar feminina de boxe das oitavas de final até 66 kg contra a italiana Angela Carini durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024 na North Paris Arena, em Villepinte, em 1º de agosto de 2024. (Foto de MOHD RASFAN / AFP)
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O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, condenou neste sábado 3 os ataques “inaceitáveis” lançados nas redes sociais contra duas boxeadoras que participam dos Jogos de Paris-2024, cuja exclusão vem sendo pedida por suspeitas sobre seu gênero.

A argelina Imane Khelif e a taiwanesa Lin Yu-ting, que neste fim de semana vão lutar por medalhas, estão no centro de uma polêmica depois de terem sido reprovadas em um teste de elegibilidade de gênero para o Mundial feminino de boxe disputado no ano passado.

As imagens da vitória de Khelif sobre a italiana Angela Carini provocaram um incêndio nas redes sociais com uma legião de usuários questionando se a boxeadora argelina é uma mulher, enquanto figuras políticas conservadoras como a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, o presidente da Argentina, Javier Milei, e o candidato à presidência dos Estados Unidos Donald Trump pediram a exclusão de Khelif e Lin dos Jogos de Paris.

Alimentando ‘agenda’ política

O “discurso de ódio” nas redes sociais é “inaceitável” e está alimentando uma “agenda” política, afirmou Thomas Bach em entrevista coletiva neste sábado em Paris.

“Nunca houve dúvida de que são mulheres”, insistiu o presidente do COI, órgão agora encarregado da organização do boxe olímpico. “Nasceram mulheres, cresceram mulheres, têm passaporte como mulheres e competiram como mulheres durante vários anos”.

Qualquer um que questione as duas boxeadoras deveria “apresentar uma nova definição com base científica de quem é uma mulher e como é possível alguém que nasceu, foi criada, compete e tem passaporte como mulher não pode ser considerada mulher”, ressaltou Bach, respaldando a postura do COI em defesa das boxeadoras.

A favor do boxe em 2028

A desclassificação de Khelif e Lin do mundial de 2023 foi decidida pela Associação Internacional de Boxe (IBA), que o COI retirou da organização do torneio olímpico de Paris por falta de transparência.

Quanto às dúvidas sobre a continuidade do boxe no quadro olímpico, Bach se pronunciou a favor da presença da modalidade nos Jogos de Los Angeles-2028.

O COI e A IBA mantêm um conflito de longa data, especialmente em relação aos escândalos de arbitragem nas competições de boxe.

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