Esporte
Paris 2024: Delegação da Argélia lança rosas no Sena em homenagem a vítimas de repressão de 1961
Segundo historiadores, entre trinta e duzentos manifestantes foram assassinados e seus corpos foram jogados no rio
A delegação olímpica da Argélia jogou rosas no rio Sena durante o desfile de inauguração dos Jogos de Paris, em memória das vítimas da repressão policial às manifestações independentistas de 17 de outubro de 1961, um gesto pouco habitual nesse tipo de evento.
“Este gesto é uma homenagem aos mártires de 17 de outubro de 1961. Viva a Argélia, viva a Argélia, viva a Argélia”, declarou um membro da delegação em um vídeo divulgado pela emissora pública argelina em sua conta na rede social X.
Em seguida, os membros da delegação argelina que estavam no barco jogaram rosas no Sena, perto de uma ponte da qual a polícia francesa jogou as vítimas na água.
Em 17 de outubro de 1961, dezenas de manifestantes pacíficos foram vítimas de uma repressão sangrenta realizada sob a autoridade do prefeito de polícia da época, Maurice Papon.
Segundo historiadores, entre trinta e cerca de duzentos manifestantes foram assassinados e seus corpos jogados no Sena.
Os manifestantes reivindicavam a independência de seu país, que ainda estava sob domínio colonial francês (1830-1962). Em 28 de março de 2024, a Assembleia Nacional francesa aprovou uma moção de condenação do “massacre” de outubro de 1961.
Em 2012, o presidente François Hollande prestou “homenagem às vítimas” de uma “repressão sangrenta” contra esses homens e mulheres que se manifestavam pelo “direito à independência”.
Seu sucessor, Emmanuel Macron, declarou em 2021 que “os crimes cometidos em 17 de outubro de 1961 sob a autoridade de Maurice Papon [eram] inexcusáveis para a República”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Cerimônia de abertura de Paris 2024 homenageia mulheres que marcaram a história da França
Por RFI
Búlgaros de extrema-direita são presos por pintar mãos vermelhas em memorial do Holocausto em Paris
Por AFP
Judoca iraquiano é primeiro caso de doping dos Jogos de Paris
Por AFP



