Para 16% dos italianos, imitar macaco faz parte do ato de torcer, diz pesquisa

Em 20 de janeiro, durante uma partida do campeonato italiano entre Udinese e Milan, o goleiro Mike Maignan abandonou o gramado

O atacante francês da Inter de Milão, Marcus Thuram. Créditos: Isabella BONOTTO / AFP

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Cerca de 16% dos italianos acreditam que imitar gritos de macaco e proferir injúrias raciais como as que o goleiro do Milan, Mike Maignan, sofreu recentemente são justificáveis para apoiar uma equipe de futebol, segundo uma pesquisa publicada nesta quinta-feira 8.

Nesta pesquisa, realizada entre 24 e 26 de janeiro pelo instituto SWG com 800 pessoas, 16% avaliaram que “imitar um grito de macaco ou jogar banana nos jogadores negros faz parte do apoio a uma equipe”.

Além disso, 18% opinaram que ser torcedor de uma equipe autoriza “chamar um jogador de ‘cigano’ ou ‘judeu’ e “insultar um jogador por sua nacionalidade ou origens”.

Em 20 de janeiro, durante uma partida do campeonato italiano entre Udinese e Milan, Maignan abandonou o gramado, assim como seus companheiros, depois de ter sido alvo de gritos que imitavam o som de macaco, forçando o árbitro a interromper a partida.

O jogo foi retomado depois de cinco minutos de pausa e, no dia seguinte, Maignan pediu às autoridades uma reação contra o problema que é recorrente no país.

A Udinese proibiu a entrada pelo resto de vida de cinco de seus torcedores e foi condenada a jogar uma partida com portões fechados, punição reduzida após um recurso ao fechamento de uma arquibancada durante duas partidas.


Segundo essa pesquisa, 74% das pessoas avaliam que é normal que “os jogadores vítimas tomem posições firmes a respeito”, mas 22% acreditam que “como pessoas públicas pagas pelo público devem suportar tudo o que aconteça”.

A metade das pessoas entrevistadas (51%) avalia que insultar sua própria equipe ou o esportista para o qual torce depois de um resultado ruim faz parte do que é ser torcedor. Para 46%, insultar árbitros faz parte de ir a um estádio.

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