Esporte

Entenda por que a Justiça tirou Ednaldo Rodrigues da CBF e as possíveis consequências

A entidade deverá realizar uma nova eleição em até 30 dias

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues (E). Foto: Douglas Magno/AFP
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O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou nesta quinta-feira 7 que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues, deixe o cargo, por considerar inválido o acordo da entidade com o Ministério Público que permitiu a última eleição.

A CBF deverá realizar uma nova eleição em até 30 dias e, até lá, o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, José Perdiz, ficará responsável pela rotina administrativa da entidade, que pode recorrer da decisão.

Por que Ednaldo entrou na mira da justiça

A saída do presidente se deve ao fato de a Justiça ter invalidado um acordo entre a CBF e o MP do Rio firmado em março de 2022.

Esse entendimento suspendia uma ação judicial do MP contra a CBF e permitia um novo pleito, no qual Ednaldo foi eleito presidente com mandato até 2026.

O acordo entre o MP e a CBF modificou as regras eleitorais alteradas na Assembleia-Geral da CBF de março de 2017, sem que os representantes dos clubes da primeira divisão tivessem sido convocados.

A reunião de 2017 havia alterado o peso dos votos dos times e das federações, o que triplicou o seu poder de força, segundo o MP. O órgão, então, levou o caso à Justiça.

Sob esse novo regulamento, o ex-presidente da CBF Rogério Caboclo, antecessor de Ednaldo, foi eleito para o período entre 2019 e 2023. Ele foi, contudo, destituído do cargo em junho de 2021, devido a acusações de assédio, posteriormente rejeitadas pela Justiça.

Um mês depois, a Justiça do Rio determinou a anulação dessa eleição, em função de irregularidade na mudança das regras de 2017.

Ednaldo Rodrigues foi nomeado presidente interino após a saída de Caboclo e depois, em março de 2022, foi formalmente eleito para o cargo até 2026, em eleições que ocorreram depois de selar uma conciliação com o MP sobre as regras eleitorais.

No entanto, os dirigentes da época questionaram o acordo na Justiça, sob o argumento de que Ednaldo não poderia chegar a um Termo de Ajustamento de Conduta porque era presidente interino e poderia se beneficiar do que foi firmado.

A Justiça do Rio deu razão ao grupo nesta quinta. A justificativa é que o acordo entre Rodrigues e o MP não era válido porque nenhuma das partes tinha “legitimidade para atuar neste caso”.

A decisão não especifica, porém, se Ednaldo Rodrigues poderá participar da nova eleição.

Potenciais consequências

Em uma carta enviada nesta quinta-feira à CBF, a Fifa alertou que qualquer “influência de terceiros” sobre seus integrantes pode resultar em sanções.

Uma das consequências poderia ser a exclusão do Brasil de competições internacionais, como o Mundial de Clubes da Fifa, a ser disputado na Arábia Saudita (12 a 22 de dezembro) e que contará com a presença do Fluminense, atual campeão da Copa Libertadores da América.

Também pode impactar na eventual chegada do técnico Carlo Ancelotti para a Seleção em meados de 2024, assim que seu atual vínculo com o Real Madrid terminar.

Ednaldo Rodrigues, de 69 anos, ficou à frente das negociações e garantia ter um acordo com o treinador italiano.

Ancelotti não reconheceu publicamente qualquer compromisso com a Seleção, atualmente comandada por Fernando Diniz, que tem contrato até julho de 2024 e alia o cargo de treinador da seleção com o de técnico do Fluminense.

(Com informações da AFP)

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