Esporte
Clube argentino e 10 torcedores são punidos por condutas antissemitas
A sanção contra o All Boys se refere a um episódio no último domingo, no contexto de uma partida contra o Atlanta


O clube argentino All Boys, da liga profissional de futebol, deverá jogar sem torcida em casa como punição por condutas antissemitas de seus torcedores, dez dos quais não poderão comparecer a eventos esportivos, segundo a medida publicada nesta sexta-feira 4 no Diário Oficial.
A sanção contra o clube foi imposta pelo Tribunal Disciplinar da Associação de Futebol Argentino, enquanto a restrição aos torcedores é uma resolução do Ministério de Segurança. Em ambos os casos, as medidas valerão por tempo indeterminado.
A sanção penaliza um episódio ocorrido no último domingo, antes e durante uma partida do time contra o Atlanta, quando torcedores do All Boys distribuíram panfletos com expressões antissemitas e carregaram uma caixa semelhante a um caixão com a bandeira israelense, de acordo com vídeos que circularam nas redes sociais.
O caixão falso foi pintado com as cores do Atlanta, localizado no bairro de Villa Crespo, onde vive parte da comunidade judaica argentina de 300.000 pessoas, a maior da América Latina.
O caso provocou a intervenção do Ministério de Segurança, que, após registrar uma queixa criminal, conseguiu identificar dez torcedores.
O All Boys poderá apresentar sua defesa nos próximos dias.
A Associação de Futebol Argentino expressou seu “repúdio total e absoluto aos atos aberrantes de antissemitismo”, em um comunicado na segunda-feira.
O clube também manifestou seu repúdio, mas destacou “o comportamento exemplar da grande maioria dos membros e torcedores” que compareceram.
“Os fatos de conhecimento público não representam de forma alguma os sentimentos e pensamentos do genuíno torcedor do All Boys, mas sim de um minúsculo grupo que com suas ações geram danos irreparáveis à nossa querida e amada instituição”, disse a agremiação.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Trump diz que Israel concordou com termos do cessar-fogo em Gaza
Por AFP
Polícia britânica investiga rappers por comentários contra Israel em Glastonbury
Por AFP
Guerra com Israel deixou mais de 900 mortos no Irã, segundo mídia estatal iraniana
Por AFP