Esporte
Atleta holandês condenado por estupro ficará isolado nas Olimpíadas de Paris
Jogador de vôlei de praia não ficará na Vila Olímpica, nem terá contato com a imprensa
O jogador de vôlei de praia holandês, Steven van de Velde, condenado pelo estupro de uma menina de 12 anos, ficará isolado da delegação do país durante as Olimpíadas de Paris.
A decisão foi anunciada pelo Comitê Olímpico Holandês, que declarou que a opção pelo isolamento partiu do próprio atleta.
“O Comitê Olímpico Holandês decidiu implementar essas medidas após uma estreita consulta com o atleta e seus companheiros de equipe”, informa a nota.
Segundo o comunicado, ele não ficará hospedado na Vila Olímpica, nem terá contato com a imprensa durante os jogos.
A medida, de acordo com o comitê, é uma forma de “garantir um ambiente esportivo seguro para todos os participantes olímpicos” e reiterou que “as medidas estão de acordo com a prática padrão” adotada pela entidade.
Relembre o caso
Em 2014, Steven van de Velde, com então 19 anos, viajou para o Reino Unido para se encontrar com uma estudante de apenas 12 anos, que havia conhecido pela internet.
Segundo relatos, ele teria forçado relações sexuais com a menor de idade. Os fatos foram revelados após a menina ter procurado uma clínica de saúde para obter uma pílula do dia seguinte, sob orientação do atleta.
Em 2016, ele foi condenado a quatro anos de prisão por estupro. Ele cumpriu um ano da sentença em uma unidade prisional e retomou as atividades esportivas em 2018.
O Comitê Olímpico Holandês justifica que o ex-presidiário foi submetido a um programa de tratamento especializado destinado a atletas condenados por uma infração penal.
A entidade ainda afirma que Velde cumpriu todas as medidas impostas pela Justiça e, por isso, estaria apto a competir pela Holanda.
“Van de Velde sempre se manteve transparente sobre o caso, que ele se refere como o passo em falso mais significativo de sua vida. Ele lamenta profundamente as consequências de seus atos para os envolvidos. Ele tem sido aberto sobre a transformação pessoal que sofreu como resultado. Desde seu retorno, participou de grandes eventos internacionais sem incidentes”, expressou o comitê em nota.
Ao ser confirmado como integrante da equipe olímpica, Velde recebeu uma série de críticas. Uma petição foi feita pela plataforma Change.org, pedindo a exclusão do atleta dos jogos de Paris.
Além disso, três organizações internacionais de defesa de atletas vítimas de violência realizaram um pronunciamento público conjunto, que foi encaminhado ao Comitê Olímpico Internacional (COI), ao Comitê Olímpico Holandês e à Federação Holandesa de Vôlei.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Como está Paris, a uma semana da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos?
Por RFI
Polícia Federal do Brasil reforça segurança das Olimpíadas de Paris a convite da França
Por RFI



