Esporte
As reações na ‘Globo’ após ataque do presidente do Flamengo a jornalista
A emissora também repudiou as declarações de BAP: ‘Ataque gratuito e misógino’
Jornalistas esportivos do Grupo Globo expressaram solidariedade à colega Renata Mendonça, alvo de uma declaração ofensiva do presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap — ele se referiu à comentarista como “a nariguda da Globo”.
Apresentador do SporTV, emissora por assinatura da Globo, André Rizek afirmou que “a baixaria dirigida a Renata Mendonça só demonstra o quanto o jornalismo incomoda a quem se acha tão poderoso”. Mais econômico nas palavras, o narrador Gustavo Villani publicou uma mensagem nas redes sociais: “Todo o meu respeito, Renata Mendonça”.
Comentarista do canal fechado, Paulo Cezar Vasconcellos se referiu a Renata Mendonça como uma das melhores jornalistas em atividade na imprensa esportivo. “As ofensas do presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, não podem ser naturalizadas e tampouco recebidas com ironia ou indiferença. O cargo que ocupa como presidente de um clube com uma das maiores torcidas do mundo exige civilidade e respeito.”
“Vozes potentes, competentes e sensatas continuarão a nos representar”, publicou a apresentadora Camila Carelli, do SporTV. Repórter do esporte da Globo, Mari Lo Turco escreveu que a declaração de BAP “não atinge apenas uma jornalista, mas todas as mulheres que atuam no meio esportivo e que seguem enfrentando tentativas de intimidação e desqualificação”.
Colega de Renata na equipe de comentaristas do grupo, o ex-jogador Richarlyson disse que “respeito é inegociável”.
Em nota oficial, a Globo afirmou que “repudia o ataque gratuito e misógino do dirigente do Flamengo a uma de suas profissionais e reafirma seu profundo respeito às mulheres e às opiniões críticas, desde que não ofendam ou insultem ninguém”.
O presidente do Flamengo mencionava dados sobre o futebol feminino ao disparar o ataque. “Tem aquela nariguda da Globo que fica falando mal da gente, dizendo que o futebol não estimula. Dá vontade de falar: ‘Filha, convence a sua empresa a investir 10 milhões, 20 milhões por ano em direitos de transmissão’. Somos nós que pagamos as contas.”
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também
‘Nem que eu arrebente o portão’: desembargador pediu a Bacellar ingressos para jogo do Flamengo
Por CartaCapital
Justiça aceita recurso e Bruno Henrique, do Flamengo, vira réu por estelionato
Por CartaCapital



