Esporte
Ana Patrícia e Duda vencem canadenses e conquistam o ouro no vôlei de praia em Paris
As brasileiras derrotaram Brandie e Melissa em três sets (26-24, 12-21 e 15-10)


As brasileiras Ana Patrícia e Duda conquistaram a medalha de ouro no vôlei de praia nesta sexta-feira 9 aos pés da Torre Eiffel, em Paris, ao vencerem as canadenses Wilkerson e Humana-Paredes.
O ouro encerra uma longa espera de 28 anos: é o segundo do vôlei de praia feminino, depois do conquistado por Jacqueline Silva e Sandra Pires na estreia como modalidade olímpica, em Atlanta 1996.
A dupla brasileira venceu por 2 sets a 1 (parciais de 26-24, 12-21 e 15-10) as canadenses Brandie Wilkerson e Melissa Humana-Paredes em uma partida acirrada, que fez vibrar o público parisiense.
Embora a mineira Ana Patrícia Silva e a sergipana Eduarda Santos, primeiras do ranking mundial, tenham entrado na quadra como favoritas, enfrentaram adversárias fortes, que conheciam bem.
As duas duplas já se enfrentaram na final dos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, em que as brasileiras derrotaram as canadenses por 2 sets a 0, com parciais de 22-20 e 21-18.
Embora a música da série Os Vingadores tenha tocado logo antes da entrada das jogadoras para o aquecimento na praia do Campo de Marte ao anoitecer, a revanche canadense não se consumou.
As canadenses emendaram os pontos nos primeiros três minutos e meio de jogo do primeiro set, antes de um intervalo solicitado pelas brasileiras, quando o placar era de 2-7.
Mas elas se recuperaram e um saque direto de Duda aos 18 minutos as colocou em vantagem e abriu as portas para que brigassem com as oponentes por cada ponto de um primeiro set dramático, em que acabaram vencendo por 26-24.
O segundo também começou equilibrado, mas a partir do meio Brandie e Melissa cresceram e aproveitaram os erros de bloqueio da dupla brasileira, que somados aos saques diretos garantiram um placar de 21 a 12 para as canadenses.
Mas, com o apoio da torcida, as brasileiras souberam reagir no tie-break. Com sete pontos de Duda e cinco de Ana Patrícia, a dupla fechou com 15-10 e comemorou o feito histórico.
“Estou tentando processar ainda. Nunca nos deslumbramos por sermos as primeiras do ranking e sempre acreditamos no nosso trabalho. Depois de 2020 (Jogos de Tóquio), recebi tanta mensagem de ódio, de pessoas que queriam que eu desistisse, mas tenho que agradecer a muitas pessoas, a Deus e a mim. Mereci viver isso com a Duda”, disse Ana Patrícia em entrevista à TV Globo após o jogo.
Desde o triunfo de Jacqueline Silva e Sandra Pires am Atlanta 1996, pelo menos uma dupla brasileira (e até duas) sempre marcaram presença no pódio. Foram 4 pratas e 2 bronzes, exceto em Pequim-2008 (quarta colocação) e Tóquio-2020 (quinta).
“É uma coisa surreal. Vivemos, sonhamos, lutamos e conseguimos. Nunca vamos esquecer desse momento que aconteceu. Somos campeãs olímpicas e estamos muito felizes”, comemorou Duda.
Para comemorar, o estádio aos pés da Torre Eiffel foi tomado por bandeiras verde a amarelas, enquanto alto-falantes tocavam músicas como País Tropical, de Jorge Ben Jor.
Mais cedo a Suíça repetiu o bronze obtido no Japão, mas com uma nova equipe: a dupla formada por Tanja Hueberli e Nina Brunner substituiu em Paris-2024 Anouk Vergé-Dépré e Johana Heidrich.
As suíças venceram em dois sets (17-21, 15-21) as australianas Mariafe Artacho e Taliqua Clancy, que foram prata em Tóquio 2020.
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