Esporte

Alerj aprova em 1ª votação projeto que cria ingresso social em jogos de futebol

O texto, que pode garantir bilhetes a R$ 22, prevê arrecadação a partir de renda da federação de futebol do estado. Para valer, ainda precisa passar por 2ª votação

Alerj aprova em 1ª votação projeto que cria ingresso social em jogos de futebol
Alerj aprova em 1ª votação projeto que cria ingresso social em jogos de futebol
O estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro – Foto: CR Flamengo/Divulgação
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A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, em primeira votação, um projeto de lei que cria o “ingresso social” em partidas de futebol realizadas em estádios com capacidade a partir de 35 mil pessoas no estado. A proposta, que ainda precisa passar por segunda votação, prevê mudança no percentual da renda de bilheteria destinada à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj).

O texto partiu do deputado bolsonarista Alexandre Knoploch (PL). Segundo a proposta, pelo menos 18% dos ingressos deverão ser oferecidos por um preço de até 1,5% do salário mínimo nacional vigente, destinado a pessoas de baixa renda. Atualmente, isso equivale a 22,77 reais. Como referência, os ingressos mais baratos para o jogo entre Flamengo e Estudiantes (ARG), pela Libertadores da América, custam 200 reais.

A diferença na arrecadação dos clubes, segundo o projeto de lei, virá do percentual da renda destinado à Ferj. Em vídeo publicado nas redes sociais, Knoploch disse que a federação, atualmente, recebe mais de 10% do valor arrecadado na bilheteria. “Agora, [a federação] vai pegar só 1%. Com essa diferença a gente vai conseguir colocar ingressos mais baratos.”

CartaCapital entrou em contato com a Ferj com questionamentos sobre a proposta e não recebeu retorno até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

No vídeo, o deputado cita especificamente o estádio do Maracanã, o maior do estado, com capacidade aproximada de 70 mil espectadores e onde Flamengo e Fluminense realizam seus jogos como mandantes. A medida, se aprovada, valeria também para o estádio Nilton Santos, atualmente sob administração do Botafogo, que pode receber mais de 40 mil torcedores.

Em caso de descumprimento, os organizadores da partida poderão ser multados em até 20% da arrecadação. Pode, ainda, haver impedimento de utilização do estádio por até seis meses, em caso de reincidência. Ainda não há previsão para a segunda votação do projeto pleo plenário da Alerj.

Um projeto semelhante está em andamento na Câmara dos Deputados e, se aprovado, valerá para todo o País. O texto propõe ingressos a 40% do valor integral da entrada mais barata para o público geral.

A proposta, apresentada pelo deputado federal Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), está parada, aguardando análise da Comissão de Constituição e Justiça.

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