Esporte
Advogados deixam a defesa da CBF no STF após a queda de Ednaldo
O agora ex-presidente da entidade já recorreu à Corte e aguarda a manifestação do ministro Gilmar Mendes


Os advogados Pierpaolo Bottini, Igor Tamasauskas e Otávio Mazieiro renunciaram, nesta sexta-feira 16, à defesa da Confederação Brasileira de Futebol na ação no Supremo Tribunal Federal que discute a legitimidade do comando de Ednaldo Rodrigues na entidade.
A decisão ocorre menos de 24 horas depois de a Justiça do Rio de Janeiro destituir Ednaldo da presidência e nomear o então vice-presidente Fernando Sarney como interventor da confederação.
O desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro, do Tribunal de Justiça fluminense, ordenou que Sarney realize a eleição para os cargos vagos “o mais rápido possível”. Ednaldo já acionou o STF para derrubar a decisão e aguarda a manifestação do ministro Gilmar Mendes.
Também nesta sexta, Ednaldo encaminhou uma petição ao Supremo na qual pede habilitação como terceiro interessado na ação, para “exercer, dentro dos limites legais, o seu direito à defesa da autoridade e da integridade da decisão que lhe assegurou a investidura legítima em cargo de direção institucional”. Assinam a petição os advogados Gamil Föppel e Lucas Ribeiro.
A ordem de Zefiro resulta de suspeitas de falsificação em uma das assinaturas do acordo — homologado pelo STF — que assegurava a permanência de Ednaldo no cargo. A dúvida recai sobre as condições físicas e cognitivas do vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes.
A robustez dos indícios, segundo Zefiro, “leva à inarredável conclusão acerca de um fato, até mesmo óbvio: há muito o Coronel Nunes não tem condições de expressar de forma consciente sua vontade”. O desembargador decidiu, assim, anular o acordo que havia sido chancelado pelo Supremo.
Na semana passada, Gilmar mandou o TJ investigar a suposta falsificação da assinatura. De acordo com a CBF, porém, o tribunal não poderia ter derrubado o acordo que segurava Ednaldo no cargo.
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