Tarcísio age como um corretor de imóveis para vender nosso patrimônio, diz deputado

A CartaCapital, Carlos Giannazi critica agenda de privatizações e diz ser necessário pressionar a base do governador na Alesp

Créditos: Reprodução

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O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP) destacou nesta terça-feira 3 a necessidade de a oposição se articular para frear a obsessão privatista do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Uma das expressões do movimento contra a agenda do bolsonarista é a greve unificada entre funcionários do Metrô, da CPTM e da Sabesp na capital, deflagrada nesta madrugada.

Em entrevista a CartaCapital no YouTube, Giannazi reafirmou a legalidade da paralisação, considerada por ele uma das mais importantes dos últimos tempos. “Ela não trata de uma questão salarial, vai muito além. Está defendendo o patrimônio público do estado de São Paulo, empresas que foram construídas com o dinheiro da população, via impostos, e que são importantes na estratégia e na oferta de serviços públicos”, disse.

Segundo ele, a privatização da Sabesp tende a gerar aumento na tarifa de água e piorar a prestação dos serviços de água e saneamento.

“Nós já tivemos um exemplo com a Eletropaulo, que foi privatizada e comprada por uma empresa italiana, a Enel. O serviço ficou tão ruim que existe até uma CPI na Assembleia Legislativa investigando a empresa.”

O deputado avalia que Tarcísio é “mais privatista” que os governadores anteriores, do PSDB.

“Ele tem um programa radicalizado e selvagem de privatizações em várias áreas do estado. Tarcísio está a serviço dos grandes grupos econômicos. Ele já fez isso no governo Bolsonaro e trouxe a equipe privatista dele para São Paulo”, criticou o psolista. “Ele está a serviço dos grandes grupos, das grandes empresas, que têm muito poder econômico no Brasil e fora dele. É uma espécie de corretor de imóveis, que vai vender o nosso patrimônio.”


Questionado sobre as estratégias da oposição para frear os projetos, o parlamentar ressaltou a importância de outros setores organizados, como movimentos sociais e sindicais, agirem em conjunto, diante do fato de que Tarcísio tem maioria na Assembleia Legislativa. “Nós temos de ter a população do nosso lado, para pressionar os deputados da base do governo”, concluiu.

Assista à íntegra da entrevista:

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2 comentários

ROBERTO ERNESTO SCHMIDLIN 13 de outubro de 2023 20h58
Existe alguma greve que não seja política? Em que mundo vive esses governador? Na sociedade, tudo é política. Os partidos apenas organizam essa política. Esse governador lembra o ex-presidente-ditador Figueiredo, que queria partidos sem ideologia, como se ideologia não fosse a própria essência dos partidos políticos.
ROBERTO ERNESTO SCHMIDLIN 13 de outubro de 2023 21h22
Monopólios privados são um absurdo. Se não há possibilidade de concorrência, a atividade econômica torna o povo refém de uma empresa. Se se trata de um serviço essencial, muito mais ainda, pois as pessoas não podem passar sem ele, são obrigadas a comprar o serviço por qualquer valor e em qualquer condição. Um absurdo. Anti-democracia, tirania do capital. O Brasil nunca foi democrático, mas está se tornando uma tirania do capital.

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