Entrevistas

Pressão do PT pela desistência de Ciro é uma afronta, avalia Aldo Rebelo

Para o pré-candidato do PDT ao Senado, o cenário eleitoral ainda não está definitivo e há espaço para Ciro crescer mesmo com a polarização entre Lula e Bolsonaro

Foto: Reprodução
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O pré-candidato do PDT ao Senado em São Paulo, Aldo Rebelo, classificou como “afronta e provocação” a pressão de integrantes do PT para que Ciro Gomes desista da eleição presidencial deste ano. Para esses petistas, a ausência do pedetista aumentaria as chances do ex-presidente Lula (PT) ser eleito no primeiro turno.

De acordo com Rebelo, “ainda é cedo para tomar esse tipo de decisão” e que cogitar a desistência do terceiro colocado nas pesquisas de opinião é “ofensivo” a esta altura do campeonato.

“Considero essa proposta quase uma afronta e uma provocação”, afirmou o pré-candidato em entrevista a CartaCapital. “Por que deve abandonar a eleição em favor de um processo de primeiro ou segundo turno que está tão distante?”, questionou.

Na conversa, o pré-candidato disse ainda ser inviável uma candidatura da chamada Terceira Via no processo eleitoral de outubro. Do grupo, ele cita Simone Tebet (MDB) e os tucanos João Doria e Eduardo Leite, mas exclui Ciro.

“A polarização [entre Lula e Bolsonaro] pode abrir espaço para uma alternativa. O que não há é mais espaço para a Terceira Via”, avaliou. “A candidatura do Ciro representa uma corrente histórica e política com raízes muito profundas no Brasil. Ele tem 9% ou 10% e essa resiliência se explica pelo trabalhismo e naciolismo”.

Pesquisa Real Time Big Data divulgada nesta quarta mostra o pedetista, em um cenário sem Doria, com 9% das intenções de voto. No levantamento, Lula aparecem com 40% e o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 32%.

“O Collor não liderava [as pesquisas]. Na [eleição] do Fernando Henrique Cardoso quem liderava era o Lula. Ninguém considerava o Bolsonaro um candidato sério e isso foi se alterando no transcorrer das eleições”, recorda Rebelo. “O processo é volátil e é muito cedo para um prognóstico”.

Na entrevista, que foi ao ar no canal de CartaCapital no Youtube, Rebelo, que foi ministro da Defesa, afastou qualquer possibilidade de golpe em caso de derrota de Bolsonaro.

“Alguém acha que os militares vão patrocinar um golpe a favor do Bolsonaro? Eu não venho essa possibilidade. Nem os militares, nem a mídia, nem a Embaixada Americana e nem a Igreja, que apoiaram o golpe de 1964”, afirma o pedetista. “Não vejo protagonista disposto a apoiar isso. Bolsonaro faz essa arenga porque, enquanto se discute golpe e urna eletrônica, deixa-se de falar do impacto da inflação e da situação social do País”.

Assista na íntegra:

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