A historiadora Heloísa Starling não se deixa levar pela esperança e pelo otimismo, embora não esconda um e outro sentimento ao analisar os primeiros cem dias do governo Lula, liderança, segundo ela, essencial, talvez única, no processo de reconstrução do País. O relançamento de programas sociais consagrados, entre eles o Bolsa Família e o Mais Médicos, diz a professora da Universidade Federal de Minas Gerais e autora de livros seminais, é um piso, a base para que se ergam coisas novas e se recupere o ideal de um projeto de nação. “Perdemos a dimensão de futuro”, lamenta. Sua maior preocupação está no combate ao bloqueio do debate público e na solidão dos indivíduos, que alimenta o medo e a impotência. “É preciso abrir a janela da internet para o pensamento entrar”, afirma. Entre as tarefas urgentes? Estimular, enfim, uma cultura democrática, única maneira de transformar uma sociedade hierárquica, racista, desigual e violenta.
CartaCapital: Esta não é uma pergunta à historiadora, mas à cidadã. Que sentimentos resumem os primeiros cem dias?
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