Entrevistas
Como o governo pretende lidar com o impacto da IA sobre os empregos, segundo a ministra Luciana Santos
A CartaCapital, Santos exalta o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial e defende a formação de ‘um exército de gente para atuar na área’


A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos (PCdoB), avalia que o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, apresentado ao presidente Lula (PT) nesta semana, tem os objetivos de transformar o Brasil em uma referência mundial nessa tecnologia e mitigar eventuais impactos no mercado de trabalho.
A iniciativa, destacou a ministra nesta sexta-feira 2 em entrevista ao programa Poder em Pauta, no canal de CartaCapital no YouTube, busca tirar o País da condição de consumidor das tecnologias externas.
“Esse plano existe justamente para identificar onde haverá um maior impacto para formar as pessoas para os novos empregos e preparar profissionais habilitados para a cadeia produtiva formada pela IA”, pontuou Santos. “A questão central é a formação. Vamos precisar de um exército de gente para atuar na área.”
Segundo a ministra, a iniciativa representa ainda a retomada do diálogo do governo federal com a sociedade sobre a política de ciência e tecnológia. “O nosso plano procura, antes de tudo, ser um programa que faça o bem para todos, porque todas as novas tecnologias podem ter riscos e oportunidades. Mas o principal é que conseguimos criar um plano ousado, factível e à altura dos desafios brasileiros.”
O plano prevê 23 bilhões de reais em investimentos entre 2024 e 2028, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, da Financiadora de Estudos e Projetos, do BNDES e da iniciativa privada.
Com o PBIA, o governo Lula tem o objetivo de nortear o desenvolvimento e a aplicação ética e sustentável da IA no Brasil, além de apontar diretrizes para pesquisa, desenvolvimento e regulação de práticas que garantam a segurança e a privacidade dos cidadãos.
A iniciativa pretende equipar o País em infraestrutura tecnológica avançada, com capacidade de processamento e alimentada por energias renováveis. Entre as principais propostas estão:
- a montagem de um supercomputador para atender a demanda de pesquisa em IA; e
- o desenvolvimento de modelos avançados de linguagem em português, com dado que abarcam nossas características culturais, sociais e linguísticas.
Assista à entrevista:
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