Educação
Weintraub recua e já admite adiar Enem por 30 ou 60 dias
Ministro da Educação disse em seu perfil no Twitter que decisão ocorre em meio a acontecimentos no Congresso
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, admitiu nesta quarta-feira 20 que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ser adiado por um prazo entre 30 e 60 dias. Em seu perfil no Twitter, ele informa que a decisão ocorre “diante dos recentes acontecimentos no Congresso” e após conversas com líderes do Centrão.
Weintraub já havia anunciado que o governo abriria uma consulta direta, pela internet, para que os candidatos inscritos no Enem decidissem a data em que o exame seria realizado. No post publicado hoje, o ministro reitera que a participação pode ser feita em uma página com senhas individuais, no site do Inep. A consulta na chamada “Página do Participante” está prevista para o fim de junho.
A participação dos estudantes inscritos pode ser feita através da “Página do Participante”, com senhas individuais, no site do @inep_oficial, de forma DIRETA, DEMOCRÁTICA, TRANSPARENTE E SEGURA.
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) May 20, 2020
Todos os inscritos poderão escolher entre a manutenção da data das provas, o adiamento e a suspensão indefinida do exame deste ano por causa da pandemia de covid-19. As provas do Enem estão marcadas para 1º de novembro (linguagens, códigos e suas tecnologias; redação; ciências humanas e suas tecnologias) e 8 de novembro (ciências da natureza e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias). Estudantes podem se inscrever no exame, por meio da Página do Participante, até a próxima sexta-feira, dia 22 de maio.
Senado e Justiça defendem adiamento
Na terça-feira 19, o Senado aprovou um projeto de lei que adia o Enem devido à pandemia do novo coronavírus. A votação terminou com 75 votos favoráveis e apenas um contrário, o do senador Flávio Bolsonaro. O projeto não estabelece novo prazo para a realização das provas, ficando dependente da evolução da situação epidemiológica. O texto segue para a Câmara.
A Justiça, por sua vez, também se manifestou. No dia 18, a Defensoria Pública da União (DPU) entrou com recurso no Tribunal Regional Federal da 3ª Região pedindo que a decisão de manter o exame durante a pandemia seja revista. Em abril, o órgão conseguiu uma liminar favorável ao adiamento das datas da prova, mas a medida foi derrubada pelo desembargador Antônio Cedenho, atendendo a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU).
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