Educação

Veto aos celulares melhora percepção de aprendizagem e convivência nas escolas

Professores e gestores aparecem como os mais convencidos. Já os alunos, embora reconheçam maior foco, se queixam de tédio nos intervalos

Veto aos celulares melhora percepção de aprendizagem e convivência nas escolas
Veto aos celulares melhora percepção de aprendizagem e convivência nas escolas
Foto de Yan Krukau
Apoie Siga-nos no

Proibir ou não proibir celulares nas escolas? A polêmica, velha conhecida de pais, professores e gestores, ganhou novos dados para alimentar o debate. Um estudo recente da Frente Parlamentar Mista da Educação traz um panorama nacional sobre os efeitos da medida em diferentes regiões, turnos e etapas de ensino.

O estudo buscou entender se, na prática, a restrição de celulares melhora a aprendizagem e a convivência dentro da escola.

Foram ouvidos 2.840 alunos, 348 professores e 201 gestores em todos os estados, em escolas públicas e privadas, urbanas e rurais. Os números revelam um quadro animador, mas não sem contradições. Professores e gestores aparecem como os mais convencidos: relatam salas de aula mais silenciosas, menos distrações e até queda nas colas durante provas. Já os alunos, embora reconheçam maior foco, se queixam de tédio nos intervalos e mostram menos entusiasmo com a regra.

Diferenças regionais reforçam que não há receita única. No Nordeste, 87% dos estudantes disseram sentir melhora, enquanto no Centro-Oeste a aprovação entre professores e gestores foi menor, de 82%. No turno da tarde, o impacto foi ainda mais perceptível: 86% notaram ganhos de concentração.

A vida social dos alunos também mudou. Sete em cada dez estudantes afirmam interagir mais pessoalmente com os colegas, percepção ainda mais forte entre professores (87%) e gestores (88%). No Sudeste, essa sensação chegou a 83%. O bullying virtual, por sua vez, mostrou sinais de queda: 77% dos gestores e 65% dos professores relataram menos casos, embora só 41% dos estudantes tenham notado a diferença.

No Ensino Fundamental I, os efeitos parecem mais claros: 88% dos alunos dizem estar mais atentos às aulas, contra 70% no Ensino Médio. Já no recreio, o cenário se inverte: 44% relatam maior tédio sem o celular, especialmente os mais novos (47%) e os do turno da manhã (46%).

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo