Educação
Secretaria de Educação do DF decide cortar ponto de professores grevistas
Segundo a pasta, também haverá desconto do auxílio-alimentação e do auxílio-transporte. A paralisação dura vinte dias


A Secretaria de Educação do Distrito Federal anunciou, nesta terça-feira 23, ter determinado o corte de ponto dos professores que se mantêm em greve. A paralisação dura vinte dias.
Segundo a pasta, o corte será praticado de maneira retroativa desde 7 de maio, data em que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, em decisão do desembargador Roberto Freitas Filho, considerou a greve abusiva. O magistrado ordenou o imediato retorno dos professores às salas de aula e fixou em 300 mil reais a multa por cada dia de greve.
Ainda de acordo com a Secretaria de Educação, haverá desconto do auxílio-alimentação e do auxílio-transporte.
“A pasta ressalta que a medida só não foi tomada antes por acreditar que com o diálogo aberto com a categoria durante toda a negociação prevaleceria o bom senso e, consequentemente, o retorno dos professores às salas de aula”, alegou, em nota.
A categoria decidiu pela continuidade da greve em assembleia realizada no último dia 18 e, segundo o Sindicato dos Professores no Distrito Federal, o objetivo é pressionar o governo a aprimorar a proposta apresentada à comissão de negociação do Sinpro. Um novo encontro está previsto para esta quarta-feira 24.
Na pauta de reivindicações estão, por exemplo, a antecipação para este ano de gratificações da carreira e o pedido para que todos os professores aprovados no último concurso público para o magistério, em 2022, sejam convocados.
Governo pede à Justiça para dobrar multa
O governo de Ibaneis Rocha (MDB) solicitou à Justiça que dobre o valor da multa estipulada para cada dia de greve. O montante de 300 mil reais diários poderia, portanto, chegar a 600 mil. Além disso, o governador pediu o bloqueio de mais de 3 milhões de reais referentes à contribuição sindical para garantir o pagamento da multa.
A Procuradoria do DF alegou que a postura da categoria ao manter a paralisação foi “afrontosa” e tem causado “inestimáveis prejuízos” à população.
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