Educação

Rubinho Nunes propõe que professores usem câmeras corporais na sala de aula

O vereador alega que a medida protegeria os docentes. O projeto, porém, está longe de ser unanimidade e já provocou a reação da esquerda

Rubinho Nunes propõe que professores usem câmeras corporais na sala de aula
Rubinho Nunes propõe que professores usem câmeras corporais na sala de aula
Vereador Rubinho Nunes (União-SP); Fotos: Lucas Bassi / Rede Câmara
Apoie Siga-nos no

O vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União) protocolou um projeto de lei para que professores da rede municipal usem câmeras corporais, a exemplo do que acontece com policiais.

A ideia é impor a utilização dos equipamentos não apenas nas aulas, mas em todas as interações com os estudantes, dentro ou fora do ambiente escolar.

Nunes alega ser “imperioso” que os professores recorram a ferramentas tecnológicas para resguardar seus direitos. “É inadmissível que ainda tenhamos casos de professores que são ameaçados e, por vezes, até mesmo agredidos fisicamente por ‘alunos’ em plena sala de aula”, diz a justificativa do projeto.

O vereador ainda argumentou que as câmeras aumentariam a confiança da sociedade no trabalho dos professores, uma vez que teria acesso a “registros objetivos do que ocorre dentro da sala de aula, em especial em situações de indisciplina ou conflito”.

A proposta, contudo, está longe de ser unanimidade. Para o vereador da oposição Celso Giannazi (PSOL), ela é inconstitucional, por ferir os princípios da liberdade de cátedra.

“Além disso, não dialoga com as necessidades da cidade. Não é isso que vai melhorar a qualidade da educação em São Paulo”, criticou. É preciso, segundo ele, melhorar as condições oferecidas aos educadores.

Giannazi relembrou que Rubinho Nunes foi autor de um projeto de lei que previa multar organizações que fornecessem alimentos a pessoas em situação de rua. Ante a reação, o vereador do União Brasil suspendeu a tramitação.

“Esse projeto pretende punir os educadores. Um absurdo total, que não vai passar na Câmara Municipal”, projetou Giannazi sobre as câmeras. “É um ataque à educação e merece todo o repúdio.”

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo