Educação

‘Renato Feder é o Ricardo Salles da Educação’, diz Luciene Cavalcante

A CartaCapital, a deputada afirmou que o secretário e o governador Tarcísio de Freitas promovem um ataque sistemático ao setor

Créditos: reprodução Redes Sociais
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A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) chamou de “ataque sistemático” o conjunto de medidas que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tenta emplacar na educação de São Paulo, com o apoio do secretário Renato Feder.

Em entrevista a CartaCapital nesta terça-feira 22, Cavalcante se referiu a Feder como “o Ricardo Salles da Educação”, em referência ao ministro do Meio Ambiente no governo de Jair Bolsonaro, conhecido por “passar a boiada” a fim de favorecer o setor privado e a atuação de grupos ilegais.

Segundo a deputada, Tarcísio e Feder já implementaram uma serie de ações que esbarrariam no princípio da gestão democrática, entre elas a determinação de que diretores de escolas acompanhem as aulas de professores da rede estadual e produzam relatórios semanais.

Ela também mencionou o fechamento de turmas nas escolas, a instalação – sem autorização – de um aplicativo nos celulares de professores e a tentativa do governo de não aderir ao Plano Nacional do Livro e Material Didático, do Ministério da Educação.

Inicialmente, a gestão estadual divulgou que os estudantes teriam acesso apenas a materiais digitais. Depois, informou que faria a impressão do conteúdo para os alunos.

O governo de Tarcísio só anunciou que se manteria no PNLD depois de o Tribunal de Justiça de São Paulo conceder uma liminar obrigando a permanência do estado no programa do governo federal.

“Eu não tenho dúvida de que esses slides viram mercadoria para poderem ser comprados”, disse Luciene Cavalcante ao mirar membros do primeiro escalão do governo ligados a empresas que atuam no setor educacional. “São essas pessoas que estão tomando essas decisões, não são pessoas ligadas à educação. Nem sequer conhecem o estado de São Paulo, a diversidade, a complexidade de uma das maiores redes de educação do mundo.”

Cavalcante criticou a relação de Feder com a empresa Multilaser, da qual é acionista. A companhia fechou um contrato com a Secretaria de Educação de São Paulo, em dezembro do ano passado, para o fornecimento de 97 mil notebooks à rede pública estadual. Esse acordo foi firmado quando Feder já havia sido anunciado para o cargo, mas antes de ele assumir a pasta.

Neste ano, a Multilaser venceu outras licitações, como a de fornecimento de material hospitalar para o Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual, no valor de 226 mil reais. O secretário da Educação virou alvo de investigação pela Procuradoria-Geral de Justiça por suposto conflito de interesse.

“Vamos seguir para que essa história seja apurada, que esses contratos sejam considerados nulos e que ele seja afastado. A pergunta que a gente tem de fazer é: por que, apesar de todos esses escândalos e esses passos em falso, o Tarcísio mantém essa pessoa à frente da pasta com o maior orçamento do estado?”

Assista à entrevista na íntegra:

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