Economia

Racha de sindicatos amplia incerteza sobre a greve de universidades e institutos federais

Os servidores devem responder até a segunda-feira 27 se aceitam a proposta do governo federal

Créditos: José Cruz / Agência Brasil
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A três dias da data-limite para responder se aceitam ou não a proposta do governo Lula (PT) aos servidores da educação, sindicatos da categoria vivem um racha e um clima de incerteza sobre a continuidade ou o fim da greve de universidades e institutos federais. A resposta é esperada para a segunda-feira 27.

A Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico, o Proifes, tem sinalizado que pode chegar a um acordo com o governo, posição contrária à do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições Federais de Ensino Superior, o Andes.

Na última mesa de negociação, o governo federal manteve a proposta de reajuste zero em 2024, reformulando os índices de recomposição salarial em uma variação de 13,3% a 31% até 2026. O secretário de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação, José Lopez Feijóo, chegou a defender a proposta como a última saída viável para este ano.

O presidente do Proifes, Wellington Duarte, indicou à reportagem a necessidade de acordo em um “cenário possível”.

“A greve atingiu o seu objetivo, mobilizou democraticamente as instituições. Acho que tudo tem um limite. A gente tem de buscar um acordo por uma saída menos traumática e algum benefício para o professor”, afirmou. “Não estou dizendo que é o melhor, mas o possível. As entidades que acharem que não, podem continuar a greve.”

Já o presidente do Andes, Gustavo Seferian, enfatizou que a proposta do governo está aquém da reivindicação e que a greve deve continuar, a fim de viabilizar novas agendas de negociação. Segundo ele, a categoria está “à míngua”, sobretudo os aposentados.

“A gente sabe que não vai ser a greve que vai parar as atividades nas universidades e nos institutos, mas a impossibilidade de pagar fornecedores, serviços como água, energia elétrica, contratação de trabalhadores, as bolsas de permanência, verbas que vêm passando por cortes sistemáticos ano após ano”, criticou. De  acordo com o sindicato, até a quinta-feira 23, 58 entidades de sua base haviam aderido à greve.

As lideranças apontaram que as decisões surgirão após a realização de assembleias. Além de uma possível divergência acerca da negociação, no entanto, as representantes disputam a legitimidade para comandar a greve.

O Andes tem questionado a permanência do Proifes na mesa de negociação dos servidores federais de educação com o Ministério da Gestão, alegando ilegitimidade na representação dos docentes federais. Em nota divulgada na quinta, o sindicato mencionou a federação como uma instituição patronal, ligada ao governo, e a acusou de manobrar para desmobilizar os servidores contrários a um acordo.

O Proifes reagiu às críticas e classificou a tentativa de impedir sua presença na mesa de negociação como irresponsável e ilegal. A federação também acusa o Andes de promover uma campanha difamatória.

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