Educação
Professores de escolas técnicas de São Paulo entram em greve por tempo indeterminado
Servidores ligados ao Centro Paula Souza reivindicam melhorias salariais e revisão nas carreiras


Servidores das escolas técnicas e faculdades de tecnologia do Centro Paula Souza iniciaram uma greve nesta terça-feira 8 por tempo indeterminado. Professores, auxiliares docentes e funcionários administrativos reivindicam questões salariais e melhorias na carreira.
A decisão foi tomada em assembleia realizada em 2 de agosto na sede do Sindicato dos Trabalhadores do Ceeteps. De acordo com o Sinteps, pelo menos 116 unidades de ensino aderiram à paralisação no estado.
O movimento grevista foi iniciado com um protesto no campus da Fatec-SP no bairro do Bom Retiro. O ato seguiu até a administração do Centro Paula Souza, na Santa Ifigênia.
Uma das reivindicações do grupo é o fim do arrocho salarial. “Temos perdas salariais acumuladas há anos. Enquanto a inflação avança mês a mês, nossos salários seguem congelados e perdendo poder de compra. Queremos que a Superintendência do Centro Paula Souza e o governo Tarcísio de Freitas negociem com nossa entidade sindical, o Sinteps, a reposição destas perdas”, diz um trecho de um comunicado.
A entidade questiona aprovações pela Assembleia Legislativa que permitiram, por exemplo, o aumento de subsídios do governador, do vice-governador e dos secretários estaduais, além do reajuste médio de 20,2% para as polícias.
Ainda há reivindicações sobre o pagamento imediato do Bônus Resultado à categoria, a revisão da carreira e a defesa da manutenção do ensino técnico na rede do Centro Paula Souza. Tarcísio anunciou que pretende aumentar a oferta de vagas do ensino técnico nas escolas estaduais.
“A possibilidade de uma ‘rede paralela’ de ensino técnico – sem investimentos, sem estrutura laboratorial e sem contratação de professores habilitados – será um golpe de morte nas nossas ETECs”, sustenta o sindicato.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Exército e PM paulista se recusam a divulgar conteúdo programático das suas escolas de formação
Por Ana Luiza Basilio
Ao desdenhar livros didáticos, Tarcísio faz da escola um balcão de negócios
Por Luana Tolentino
Tarcísio planeja anistiar multas de quem não usou máscara na pandemia
Por CartaCapital
Justiça aceita denúncia contra três homens por morte de PM da Rota em São Paulo
Por CartaCapital