Educação
O novo revés de Ratinho Junior nos planos de privatizar mais escolas no Paraná
Somente duas escolas dentre 96 foram favoráveis à privatização da gestão administrativa de ensino
Das 96 escolas selecionadas pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), para serem privatizadas, somente duas foram favoráveis à medida. É o que indica uma consulta pública encerrada nesta quarta-feira 19.
Pela segunda vez, pais e responsáveis de alunos do ensinos fundamental e médio decidiram se opor à proposta do governo estadual de ampliar o programa. Atualmente, há 82 escolas privatizadas distribuídas por 34 municípios paranaenses.
A estratégia de aproximar empresas privadas e escolas públicas se tornou parte do projeto do segundo mandato de Ratinho, que encabeçou o programa em 2023 com duas unidades-piloto: o Colégio Estadual Aníbal Khury, em Curitiba, e o Colégio Estadual Anita Canet, em São José dos Pinhais.
Apesar da baixa aprovação geral ao programa, o governo poderá decidir sobre a transferência da gestão em 12 escolas, onde a consulta pública não ocorreu por falta de quórum. No ano passado, a gestão estadual resolveu avançar com o plano em 69 colégios nos quais não houve número suficiente para realizar a votação.
Elas seriam incluídas no programa Parceiro da Escola, que terceiriza a gestão administrativa dos colégios para empresas privadas.
Avanço na militarização
Apesar do revés sobre a privatização das escolas, 29 colégios foram favoráveis à adesão ao modelo de colégios cívico-militares e quatro não houve quórum suficiente. Assim, a partir do ano que vem, haverá 345 instituições nesse formato. A aprovação ocorreu em 66% das escolas consultadas, segundo a Secretaria de Educação. Delas, 12 integrarão o Programa Paraná Integral, após o governo aplicar o modelo cívico-militar também a escolas integrais.
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