Educação

Movimento estudantil aposta na massificação do voto jovem para eleger Lula no 2º turno

Lideranças se reúnem com a campanha do petista para definir as estratégias de mobilização. Na pauta está o desenho de um comício protagonizado por estudantes

Créditos: Barbara Melo / Reprodução site PT
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Lideranças do movimento estudantil se reúnem na tarde desta terça-feira 4 com a coordenação da campanha de Lula (PT) para definir as estratégias de mobilização durante o segundo turno da eleição presidencial.

A participação ativa dos estudantes foi mencionada por Lula como um instrumento de ampliação dos debates e de sua base de apoio.

“O movimento estudantil vai ter que voltar para a rua com muita força, porque a ideia básica [do governo Bolsonaro] é diminuir a capacidade de investimento na educação, na ciência e na tecnologia. Ciência Sem Fronteiras, nem pensar, eles não pensam nisso”, afirmou o petista na segunda-feira 3.

Segundo CartaCapital apurou com lideranças da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, da União Nacional dos Estudantes e da Associação Nacional de Pós-Graduandos, as entidades devem pautar um posicionamento nacional na reunião e encaminhar as ações para que os estudantes possam se envolver.

As estratégias passam por concentrar o apoio nos eventos com Lula, mas também dar vazão às agendas do próprio movimento, com foco em regiões onde Bolsonaro obteve maior percentual de votos, casos de Sudeste e Centro-Oeste. As datas de mobilização devem ser anunciadas em breve.

Também foi adiantado à reportagem o desejo dos movimentos de promover um comício estudantil, com o apoio de Lula, reunindo alunos de diversas etapas. O desenho ainda está em discussão.

“Isso seria muito positivo porque englobaria não só os estudantes de escolas, de ensino técnico e federal, mas também os universitários, os pós-graduandos. Acho que o comício seria uma importante estratégia para aglutinar mais pessoas e multiplicar esses votos”, justificou a presidenta da Ubes, Jade Beatriz.

“Como somos um movimento democrático, composto por pessoas que não pensam exatamente igual, no primeiro turno tivemos uma maior capilaridade de votos para outros caminhos. Mas, neste momento, a estratégia é massificar para um lado, que é o lado de Lula.”

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, os jovens entre 16 e 18 anos somaram mais de 4 milhões de votos no primeiro turno das eleições. “É um eleitorado que a gente precisa conquistar. Acredito que os jovens já fizeram um bom papel no primeiro turno, mas precisam voltar com esse apoio massivo em segundo turno para garantirmos a vitória”, acrescentou a presidenta da Ubes.

O presidente da ANPG, Vinicius Soares, endossou a avaliação de Lula de que, neste momento, a estratégia é ampliar o debate com as juventudes.

“Agora não é mais questão ideológica, não é mais uma adesão ideológica. É de fato uma defesa da democracia do País”, afirmou. “Há toda essa perspectiva da ausência de políticas públicas do governo Bolsonaro, especialmente para educação, ciência e tecnologia, o que ataca diretamente a juventude, que tem se visto em um ambiente sem esperanças. Quando a gente olha para os lados, há uma placa de ‘não há vagas para a gente’, sejam de empregos, nas universidades, além da crescente desvalorização da produção científica.”

Para Soares, é fundamental que o Brasil aproveite a sua janela demográfica para oferecer oportunidades aos jovens e retomar o crescimento econômico.

“Hoje, a juventude é a maior parcela da população economicamente ativa do País, mas é justamente a que mais vem sofrendo com o abandono de políticas públicas pelo Estado. Por isso mesmo, a juventude está respondendo ao chamado histórico de defender a democracia e um futuro para o País.”

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