O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que a Reforma do Ensino Médio aprovada sob o governo de Michel Temer (MDB) não deve ser revogada, mas revisada pela gestão Lula (PT).
“Não é questão de revogar”, disse o petista nesta sexta-feira 3. “O [Novo] Ensino Médio está em andamento. O que nós estamos colocando é criar um grupo de trabalho, que será oficializado por portaria. Vamos reunir todos os setores para discutir.”
Camilo declarou que o ‘grande equívoco’ da reforma foi não considerar o diálogo com as diversas representações e que o grupo incluirá secretários estaduais de Educação e entidades de classe, como representantes de associações de alunos e professores.
“Nós queremos fazer pesquisas, consultas online a professores e à comunidade acadêmica, fazer seminários e reunir os estudiosos para que a gente possa, numa discussão coletiva, melhorar o que puder ser melhorado no Ensino Médio.”
Camilo Santana destacou também que o Novo Ensino Médio tem “pontos positivos”, como “a ampliação da carga horária e a oportunidade de você ter disciplinas complementares”. Esse processo, no entanto, “precisa ser consolidado”, segundo o ministro.
Educadores e estudantes apontam fragilidades na reforma e avaliam que ela vai na contramão da qualidade esperada para a etapa, com a diminuição da carga horária de disciplinas básicas, como Filosofia e Sociologia, a não garantia de itinerários formativos conforme a vontade dos estudantes e o fato de professores trabalharem em disciplinas sem a formação adequada.
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